Fechar
GP1

Política

Após depoimento de Reginaldo Carvalho, PF quer ouvir Ciro Nogueira

Inquérito apura se Ciro teria recebido R$ 5 milhões em propina da JBS para apoiar a reeleição de Dilma.

A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) seja interrogado novamente, no inquérito que investiga se o parlamentar teria recebido R$ 5 milhões em propina da JBS, para levar o Progressistas a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência no ano de 2014. A infomação é do O Globo.

Em relatório, o delegado responsável pelo caso afirmou que encontrou provas que reforçam a suspeita apontada durante as investigações da Polícia Federal. A defesa do senador, por sua vez, nega as acusações e afirma que o Supremo Tribunal Federal tem se manifestado contra “excessos em delações”.

Foto: Lucas Dias/GP1Ciro Nogueira
Ciro Nogueira

No relatório parcial da PF, o delegado afirma que “é possível vislumbrar que os depoimentos dos colaboradores Joesley Batista e Ricardo Saud restaram corroborados por provas autônomas”.

Depoimento de Reginaldo Carvalho

As novas evidências coletadas pela Polícia Federal foram extraídas de depoimentos de testemunhas, dentre elas o do empresário Reginaldo Mouta Carvalho, dono da rede de supermercado R Carvalho, com forte atuação no estado do Piauí e estreita reação comercial com a JBS, de Joesley Batista.

Foto: Reprodução/FacebookReginaldo Carvalho
Reginaldo Carvalho

Reginaldo Carvalho confessou ter feito pagamentos a Gustavo Nogueira, irmão de Ciro Nogueira, a pedido de Joesley Batista. Outra testemunha confirmou a propina em espécie. Gustavo Nogueira disse à PF que prestava serviços de consultoria e venda de imóveis pertencentes a Reginaldo Carvalho e sua firma. O empresário, por sua vez, relatou que tratou da venda de imóveis com o irmão de Ciro em 2014, no entanto, as tratativas não foram para frente.

Depoimentos de Joesley Batista e Ricardo Saud

No início deste ano, em novos depoimentos prestados por Joesley e Saud, os empresários confirmaram a acusação de pagamento de propina para Ciro Nogueira em 2014 e trataram ainda sobre um novo repasse feito em 2016 para que o senador adiasse uma reunião sobre a decisão de desembarque ou não do Governo da então presidente Dilma Rousseff antes do processo de impeachment.

Para que Ciro Nogueira, que preside o Progressistas, interferisse no curso da reunião, Joesley disse à Polícia Federal que ofereceu vantagem indevida e do total prometido o parlamentar teria recebido meio milhão de reais em espécie, em março de 2017, mais de um ano após a conversa.

Ciro Nogueira nega as acusações

Em depoimento à Polícia Federal na época, Ciro Nogueira disse que, em 2014, realmente procurou Joesley e Saud para conseguir recursos para o partido. Segundo ele, Ricardo Saud, executivo da JBS, perguntou se seria possível o Progressistas apoiar o tucano Aécio Neves contra Dilma, e o parlamentar disse que não.

Em depoimento, Saud disse que a proposta para apoiar Aécio foi apenas uma sondagem e que não sabia que Joesley Batista tinha um acerto com o PT naquele momento, porém confirmou que houve um acordo, mediante pagamento de propina, para apoiar Dilma Rousseff.

O que diz a defesa de Ciro

Por meio de nota, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, negou as acusações narradas pelos delatores da JBS e as constatações feitas pela PF.

“O senador Ciro Nogueira mais uma vez nega qualquer irregularidade”. O texto destaca que o parlamentar já foi ouvido no inquérito e que “estranha que uma operação de 2019 ainda tenha fatos pendentes de investigação”. Por fim, a defesa sustenta que “o tempo indeterminado gera graves prejuízos para a imagem do ‘eterno investigado’, especialmente o homem púbico” e que o STF “felizmente, tem se posicionado firmemente contra os excessos nas delações e contra a criminalização da política”.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.