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Saúde

Instituto Butantan vai distribuir 2 milhões de doses da Coronavac em SP

Policiais da Tropa de Choque farão escolta de caminhões que transportarão imunizantes.

O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 11, que terá capacidade para entregar 2 milhões de doses da Coronavac por semana aos municípios paulistas a partir da aprovação do imunizante, e informou que policiais militares da Tropa de Choque farão a escolta dos caminhões que levarão o imunizante a todo o Estado.

As informações foram dadas pelo secretário executivo da Secretaria Estadual da Saúde, Eduardo Ribeiro, durante o detalhamento do plano de logística para a vacinação, feito em coletiva de imprensa nesta segunda. "As doses partirão do Instituto Butantan para uma central de logística do governo de São Paulo, primeiro diretamente aos 200 municípios mais populosos, com mais de 30 mil habitantes. Nossa capacidade logística permitirá a distribuição de 2 milhões de doses por semana por meio de caminhões refrigerados. Serão 70 rotas por semana", disse.

Além da entrega direta aos 200 municípios mais populosos, os caminhões entregarão as doses também a 25 centros de distribuição regionais, onde as outras 445 cidades paulistas poderão retirar o imunizante.

O secretário executivo reafirmou que, além dos 5 mil postos de vacinação existentes no Estado, a imunização poderá ser realizada também em locais como terminais de ônibus, estações de trem e escolas, o que levaria a 10 mil os pontos de atendimento. Eles atenderão de segunda a sexta, das 8h às 22h, e aos fins de semana e feriados, das 8h às 18h.

Ribeiro destacou ainda que, neste momento, não está previsto escalonamento das pessoas do grupo de risco para que não haja fila nem aglomeração nos postos de saúde. O governo aposta que, com a ampliação do horário de funcionamento até as 22h, haja diluição da demanda.

A previsão é começar a vacinação no Estado no dia 25 de janeiro, com profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, num total de 9 milhões de pessoas. A administração das duas doses nesse público terminaria em 28 de março.

O secretário Estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, informou que, com a compra das 100 milhões de doses da Coronavac pelo governo federal, pode demorar mais tempo do que o previsto para vacinar os grupos prioritários no Estado de São Paulo.

"Se tivermos poucas vacinas e ainda dividirmos - e dividiremos, sim - para todas as unidades federativas, claramente a nossa velocidade de vacinação será mais lenta, não aquela planejada pelo nosso programa estadual de imunização. Por isso que precisamos todos os estados exigirem que o Ministério da Saúde adquira muito mais vacinas para que possamos vacinar em massa a nossa população", disse o secretário, sem detalhar quais seriam os novos prazos.

Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto Butantã, a Coronavac teve seu pedido de uso emergencial submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na sexta-feira, 8, mas, no dia seguinte, após uma triagem dos documentos enviados, a agência informou que faltam informações para avaliar a solicitação. O órgão repassou ao Butantã a lista de documentos faltantes no próprio sábado, 9.

Na quinta-feira, 7, o governo de São Paulo realizou coletiva para anunciar que a Coronavac atingiu eficácia de 78% contra casos leves e de 100% contra casos graves, mas os dados são de apenas um recorte do estudo, como explicou ao Estadão o infectologista Esper Kallas, coordenador do centro de estudos da Coronavac no Hospital das Clínicas.

O índice geral de eficácia, referente a toda a amostra de voluntários, ainda não foi divulgado. A ausência de informações básicas fez com que cientistas externos criticassem a falta de transparência do Butantã na divulgação dos resultados da Coronavac. Nesta segunda, 11, o governo de São Paulo afirmou que a taxa geral de eficácia e outros detalhes do estudo serão apresentados em coletiva de imprensa na terça-feira, 12.

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