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Saúde

Coronavac tem eficácia de 78% contra covid-19, diz Governo de São Paulo

Imunizante também se mostrou 100% eficaz na prevenção de casos graves da doença.

Após quatro adiamentos, o governo de São Paulo divulgou nesta quinta-feira, 7, que a Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto brasileiro, tem 78% de eficácia. A promessa é que, ainda nesta quinta, o Butantan solicite à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para uso emergencial do produto. Representantes dos dois órgãos estão em reunião nesta manhã.

O governo de São Paulo também informou que o imunizante apresentou 100% de eficácia na prevenção de casos graves da doença. Mais detalhes serão anunciados em coletiva de imprensa às 12h45 dessa quinta.

O que já foi antecipado pelo governo de São Paulo é que a eficácia de 78% foi na redução de casos leves e/ou que exigiram atendimento ambulatorial. Já para casos moderados, graves e/ou que exigiram internação hospitalar, a proteção foi de 100%.

Anteriormente, a divulgação dos dados estava marcada para o dia 23 de dezembro, mas, na data, o governo paulista e o Butantan informaram apenas que o imunizante superou a eficácia mínima de 50% exigida pelas agências regulatórias. A gestão João Doria disse não poder revelar o índice exato de eficácia e outros dados do estudo por uma regra do contrato com a Sinovac.

Na ocasião, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, justificou que os resultados encontrados no estudo brasileiro da Coronavac eram diferentes dos observados nos outros países que testam o imunizante, como Indonésia e Turquia, o que motivou um pedido de revisão da Sinovac na base de dados.

Dados preliminares do ensaio clínico da Coronavac na Turquia divulgados no final de dezembro mostraram eficácia de 91%. A análise, porém, foi feita com apenas 10% dos voluntários previstos no país. Gorinchteyn já adiantou que, no braço brasileiro da pesquisa, o produto não chegou a 90% de eficácia.

Além do adiamento do dia 23 de dezembro, a divulgação dos resultados da Coronavac já havia sido prometida para outras três datas anteriores. Em setembro, Doria afirmou que os resultados sairiam em outubro e a vacinação começaria no dia 15 de dezembro. O cronograma não se concretizou. O que o Instituto Butantan divulgou em outubro, na verdade, foram somente os dados de segurança do imunizante, com a previsão de divulgação dos resultados de eficácia entre novembro e dezembro.

No final de novembro, o Butantan anunciou que os testes clínicos da Coronavac entraram em sua fase final e atingiram o número mínimo necessário de infecções entre os voluntários para que a análise interina de eficácia do produto pudesse ser feita. A promessa foi de que os resultados seriam divulgados na primeira semana de dezembro, mas, dias depois, o governo de São Paulo ampliou esse prazo e deu como data limite para a apresentação dos resultados o dia 15 de dezembro, o que também não se confirmou.

Na ocasião, o Butantan justificou que decidiu postergar novamente a divulgação porque já tinha dados suficientes para a análise final da eficácia, e não somente a interina. Disse ainda que precisaria de mais tempo pois entraria não só com o pedido de uso emergencial mas também com a solicitação de registro definitivo.

Com a apresentação dos resultados finais, a previsão é que a Anvisa leve até dez dias para analisar o pedido de autorização para uso emergencial. Caso a solicitação seja aprovada, portanto, a gestão João Doria poderá iniciar a campanha de vacinação na data anunciada: 25 de janeiro.

O Butantã já informou em outras ocasiões que o pedido de registro seria formalizado também na China assim que os resultados finais fossem divulgados. Caso isso se concretize e a agência regulatória chinesa dê o aval à Coronavac antes do órgão brasileiro, o governo paulista pretende apelar para lei federal que determina prazo de 72 horas para manifestação da Anvisa sobre o uso de produtos importados aprovados em outras agências regulatórias do mundo, como a chinesa.

Entre os grupos priorizados no Estado de SP, os primeiros imunizados, a partir de 25 de janeiro, serão os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, num total de 1,5 milhão de pessoas. Serão duas doses por pessoa.

A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no dia 1º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados. O governo paulista ainda não informou como será a vacinação dos demais grupos de risco da covid-19, como portadores de doenças crônicas.

Atualização do Plano SP adiado

O governo João Doria (PSDB) adiou a reclassificação das regiões do Plano São Paulo, de reabertura econômica e flexibilização da quarentena, desta quinta-feira, 7, para a sexta-feira, 8. O anúncio poderá colocar outras partes do Estado na fase vermelha, de mais restrições, na qual hoje está exclusivamente a região de Presidente Prudente, a depender da piora das taxas de ocupação de leitos e outros dados relacionados à pandemia da covid-19.

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