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Saúde

Novo medicamento pode revolucionar tratamento do diabetes com dose única

O estudo clínico acompanhou 12 pacientes diagnosticados com diabetes tipo 1 por um período de um ano.

A farmacêutica norte-americana Vertex Pharmaceuticals divulgou resultados promissores de uma terapia experimental que pode mudar o curso do tratamento do diabetes tipo 1. Batizado de zimislecel (ou VX-880), o medicamento é administrado em dose única e utiliza células-tronco para criar células beta pancreáticas, capazes de produzir insulina naturalmente no organismo.

Resultados promissores em pacientes

O estudo clínico acompanhou 12 pacientes diagnosticados com diabetes tipo 1 por um período de um ano. Segundo a Vertex, dez deles deixaram de precisar de injeções diárias de insulina, enquanto os outros dois passaram a necessitar de doses significativamente menores. Os dados ainda são considerados iniciais, mas animadores para a comunidade médica.

A pesquisa é fruto de mais de duas décadas de trabalho. Ela teve início com o cientista Doug Melton, da Universidade de Harvard, que se comprometeu a encontrar uma cura para a doença após seus filhos serem diagnosticados. O desenvolvimento da terapia contou com apoio financeiro de universidades, organizações de pesquisa e da própria Vertex.

O que é o zimislecel e como ele funciona

O zimislecel é uma terapia celular que transforma células-tronco em células beta, as mesmas que, no pâncreas saudável, produzem insulina. No tratamento, essas células cultivadas em laboratório são infundidas no fígado do paciente — onde podem se estabelecer e passar a produzir insulina de forma autônoma, compensando a falha do pâncreas.

Segundo a organização Breakthrough T1D, voltada para pesquisas sobre diabetes tipo 1, as células implantadas imitam as ilhotas pancreáticas destruídas pelo sistema imunológico, tornando possível eliminar a dependência de aplicações diárias de insulina.

Diabetes tipo 1 no Brasil e no mundo

O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, geralmente diagnosticada na infância ou adolescência, e exige controle rigoroso da glicose no sangue com o uso constante de insulina. Quando não tratado de forma adequada, pode causar complicações graves, assim como o tipo 2 — mais comum e associado a fatores como obesidade, sedentarismo e predisposição genética.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo com a doença, ocupando o sexto lugar no ranking global de países com mais casos, atrás apenas da China, Índia, EUA, Paquistão e Indonésia.

Estudo apresentado em congresso e revista científica

Os dados do estudo com zimislecel foram apresentados no dia 20 de junho, durante a reunião anual da Associação Americana de Diabetes e publicados no prestigiado periódico The New England Journal of Medicine, reforçando o potencial transformador da nova terapia.

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