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Colunista Brunno Suênio
GP1

Presos por fraude contra o Mercado Pago são professores do Colégio das Irmãs e Madre Savina

Um dos professores atua também no Instituto São José. Entre os presos está o dono na Forneria da Pizza.

A coluna obteve acesso, com exclusividade, os nomes dos quatro presos durante a “Operação E-Fraude”, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na terça-feira (12), que resultou na prisão de quatro pessoas acusadas de aplicar golpe de mais de R$ 175 mil no Mercado Pago, em Teresina.

Os presos são o casal de professores Ingrid Ravelly da Silva Machado (que leciona no Colégio das Irmãs e Madre Savina) e Lynik de Pádua Monteiro Machado (que leciona no Instituto São José e Madre Savina), o empresário Ruan Ribeiro Feitosa Cipriano Borges, dono da Forneria da Pizza, e Enos Soares da Silva Neto, irmão de Ingrid.

Foto: Reprodução/InstagramLynik de Pádua, Ingrid Ravell e Enos Neto
Lynik de Pádua, Ingrid Ravell e Enos Neto

A coluna apurou ainda que o golpe teve início em abril deste ano e que o grupo tentou obter cerca de R$ 500 mil com a fraude, conseguindo apenas o valor de R$ 175 mil.

Investigações

As investigações tiveram início em meados de novembro deste ano, quando a instituição financeira procurou a Polícia Civil, alertando sobre movimentações supostamente fraudulentas, que estavam concentradas em um núcleo envolvendo quatro pessoas: o professor Lynik de Pádua (proprietário do cartão de crédito), o empresário Ruan Ribeiro (possuidor da maquineta, utilizada para obter os valores oriundos das transações no Mercado Pago), a esposa do professor, Ingrid Ravelly, e Enos Soares, que recebiam os valores em suas contas bancárias, por meio de transferências eletrônicas.

Conforme as investigações, Enos Soares, Lynik de Pádua, Ingrid Ravelly e Ruan Ribeiro, de forma associada, obtiveram vantagem ilícita, causando prejuízo à vítima Mercado Pago (componente do Grupo Mercado Livre), a qual foi levada a erro, por meio ardil e obteve prejuízo final de R$ 175.802,60 (cento e setenta e cinco mil, oitocentos e dois reais e sessenta centavos).

Em entrevista ao GP1, o delegado titular do inquérito, delegado Alisson Macedo, ressaltou que o esquema, conhecido como chargeback (estorno por meio de contestação) funcionava totalmente em ambiente eletrônico e teve como única vítima, até o momento, a instituição financeira Mercado Pago. “O golpe se chama chargeback que, em português, significa estorno, literalmente, onde um dos suspeitos possuía uma máquina de cartão da própria loja dele e o outro suspeito era titular do cartão de crédito. Então, ele [titular do cartão] fazia uma compra e o lojista, imediatamente, transferia o dinheiro para outras pessoas que participavam da associação criminosa. Em seguida, o titular do cartão fazia a contestação da compra e a instituição financeira ficava no prejuízo. Essa investigação surgiu pelo compliance da empresa, foi dado um alerta que havia algumas operações com suspeitas de fraudes e nós passamos a investigar, chegando até as quatro pessoas que foram presas hoje. Nesse caso específico da investigação, somente uma empresa foi vítima. Nós verificamos que no período de outubro e novembro ocorreram essas movimentações, mas pode ter ocorrido em mais tempo”, pontuou o delegado Allison Macedo.

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, determinados pelo Poder Judiciário, os policiais apreenderam 04 veículos, além de aparelhos eletrônicos que poderão ser utilizados em futuro sequestro de bens, para fins de compensação do prejuízo causado ao Mercado Pago.

O que dizem os citados

Em entrevista ao GP1, o diretor do colégio Madre Savina, Pedro Damasceno, afirmou que a direção da escola recebeu a notícia com surpresa, no entanto, adotará medidas necessárias sobre o caso.

“Nós tomamos ciência do caso, estamos totalmente estarrecidos e, ao mesmo tempo, tristes também, mas vamos adotar as medidas administrativas cabíveis. No entanto, é importante enfatizar que nós não temos gerência alguma sobre a vida pessoal de qualquer profissional da empresa e nem responsabilidade sobre os atos”, disse o diretor do Madre Savina, Pedro Damasceno.

Os demais citados não foram localizados para comentar o caso.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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