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Colunista Feitosa Costa
GP1

Padre Walmir ignora direitos e demite portadora de deficiência da secretaria da Educação de Picos


Como deve ser chamado um gestor que demite verbalmente, e ainda por cima através de terceiros, uma profissional portadora de deficiência que presta serviços há 10 anos à repartição que ele comanda, sem lhe dar qualquer explicação ou mostrar-lhe, no mínimo, respeito humano?

A palavra "carrasco" poderia vir imediatamente à mente, principalmente daqueles que defendem um tratamento correto, legal e digno para todos os seres humanos, como recomendam os ensinamentos do bom cristão.

Pois bem: e se esse gestor aparentemente implacável, que é acusado por populares de não ter dado à moça o tratamento pregado todos os dias nos templos religiosos, for um padre da Igreja Católica, que por missão deveria ser um porta-voz da esperança, da solidariedade e do respeito a todos os seres humanos?
Imagem: José Maria Barros/GP1Padre Walmir(Imagem:José Maria Barros/GP1)Padre Walmir
O cenário desse quadro, pelos indignados depoimentos de populares de elogiável independência, seria a Secretaria de Educação do município de Picos, dirigida, como resultado de um negócio político, pelo padre da igreja católica José Walmir de Lima Filho, também agraciado com o cargo de vice-prefeito da cidade e tido, segundo os mesmos indignados, como "dono da repartição municipal".

Na linha dos mesmos indignados depoimentos de populares, a "vítima" de Padre Walmir (PT) é a bióloga Celina Batista Pereira, que há 10 anos presta serviços à Secretaria de Educação de Picos e é portadora de deficiência.

Na Câmara municipal, rompendo a cortina de medo instalada na cidade, segundo os mesmos populares, apenas três vozes se levantaram: Fátima Sá, do PSDB, que leu a nota de protesto da própria bióloga; Simão Carvalho, do PMDB, que se posicionou, e Washington Dantas, do próprio PT.

Analisando o episódio sob o clima das denúncias feitas ao GP1, conclui-se inicialmente que houve uma agressão à condição humana, partida de quem tem, por compromisso, a obrigação de defender o respeito, a igualdade, a compreensão e o amor às pessoas. O fato de o religioso estar exercendo uma missão que certamente não lhe foi conferida por Deus, não lhe abre espaço para pregar a insensibilidade e a indiferença humanas.

Quanto ao aspecto jurídico, o que se espera é que alguém que tenha poder sobre as ações do padre, se existir, faça um reparo porque basta recorrer a legislação vigente para se chegar à conclusão de que o ato foi completamente ilegal.

No que se refere à suposta frieza do Padre Walmir, ele certamente tem contas a ajustar com Deus. A não ser que o exercício do poder fora do celibato tenha abalado a sua fé de alguma forma.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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