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Colunista Feitosa Costa
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Ministério Público vai apurar denúncia contra policiais militares acusados de torturar jovem


O Ministério Público em Parnaíba deve abrir dentro das próximas horas investigação para apurar se houve tortura de policiais militares do Ronda Cidadão daquela cidade, na madrugada de terça-feira, quando, segundo acusação de familiares, prenderam, espancaram e colocaram por pelo menos três horas dentro de um "camburão", o comerciário Felipe Rodrigues dos Santos, de 18 anos.

Diante dos apelos dos pais do rapaz, que alertaram que ele sofria de asma, os militares não se sensibilizaram e ele só foi liberado na Central de Flagrantes pelo delegado Marcos Bastos, depois de ter passado por um interrogatório na “base da guarnição”.

De acordo com relato da mãe do rapaz, dona Solange Rodrigues dos Santos, Felipe pilotava uma motocicleta naquela madrugada levando na garupa a namorada. Na Avenida Caramuru ele fez uma manobra rápida para desviar de uma viatura da PM que saía do local e prosseguiu em velocidade. Os policiais o perseguiram, derrubaram e agrediram a namorada dele quando esta se colocou entre eles e Felipe, "tentando evitar que meu filho fosse espancado".

Depois de espancado, segundo ainda dona Solange, Felipe foi colocado no "camburão" da viatura do Ronda Cidadão de Parnaíba, mesmo advertindo sofrer de asma, que poderia ter algum ataque e morrer naquelas condições. Os policiais, relatou ainda a mãe, bateram nos rins do rapaz e disseram que ele só sairia dali depois de encerrado o plantão.

Dona Solange admitiu que seu filho ainda está tirando a carteira de motoqueiro mas empenha sua palavra de que ele nunca teve problemas com a polícia e trabalha com o pai, num caminhão, para o tio, em Luis Correia, que tem um depósito de material de construção, desde os 14 anos de idade.

Os familiares de Felipe denunciaram ainda que depois de "ser torturado dentro do camburão" ele ainda foi levado para a sede do Ronda Cidadão em Parnaíba, onde foi submetido a um interrogatório por um policial conhecido como Farlon, "num procedimento completamente ilegal".

Depois desse interrogatório, em que teria sido ameaçado, os policiais o levaram para a Central de Flagrantes, onde foi lavrado um TCO de direção perigosa e desobediência. Segundo a família, os militares queriam que fosse lavrada a acusação de resistência mas o delegado Marcos Bastos não concordou.


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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