Lula tentou evitar desistência de João Vicente na véspera do anúncio

Terça-feira à noite, dia 10 , quando eram muito fortes os rumores de que  João Vicente Claudino tinha decidido, por uma série de motivos, não disputar a reeleição ao Senado da República, o ex-presidente Lula ligou para ele e passou quase 30 minutos ao telefone. Foram muitos os apelos, mas não conseguiu demover o presidente do PTB da sua decisão. O máximo que obteve foi a informação de que o nome que indicaria como seu substituto seria forte.
Portanto, quando chegar hoje a Teresina para um encontro político, Lula estará consciente de que a posição de João Vicente Claudino é irreversível mas não passará recibo: certamente vai declarar  que a chapa continua muito forte e que Elmano reúne todas as condições de se eleger senador e contribuir com a vitória de Wellington Dias.

Na realidade tanto Wellington quanto Lula sabem que não é a mesma coisa. Elmano é um nome  popular, simpático, humilde e muito bem aceito, mas estava preparado para vencer, com folga, uma eleição de deputado estadual. Uma candidatura ao Senado  se constrói com bases sólidas, principalmente no interior. O forte de Férrer é a capital.
O Partido dos Trabalhadores e o PTB precisam assegurar esse apoio ao ex-prefeito de Teresina, que terá pela frente um profissional da política, Wilson Martins,  há pelo menos quatro anos dedicado à construção  de sua candidatura candidatura ao Senado.

Decência

No dia seguinte à conversa com Lula pelo telefone, quarta-feira, pouco depois das 11 horas, na sede do PTB, João Vicente ratificaria sua decisão: não disputaria mais a reeleição.

A maneira como o fez foi marcada pela decência e coragem. Nas entrelinhas do discurso ficou claro que a decisão era   dolorosa, de caráter muito pessoal, mas impulsionada por alguma situação imperiosa.