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Estudante diz não está arrependida de discurso para deputados

Ana Júlia Ribeiro, de 16 anos fez um pronunciamento que gerou polêmica na Assembleia Legislativa do Paraná.

  • Foto: AlepEstudante Ana JúliaEstudante Ana Júlia

A estudante Ana Júlia Ribeiro, de 16 anos, que disse na Assembleia Legislativa do Paraná, na última quarta-feira (26), que os deputados têm as mãos sujas de sangue, afirmou nesta quinta-feira (27), em entrevista à CBN, que não está arrependida da declaração.

"Eu não me arrependo de ter dito isso. Eu me arrependo de não ter conseguido me explicar melhor, de falar ao certo o que eu queria dizer com isso. Acho que houve um equívoco no entendimento da fala. Quis dizer que eles (os deputados) como Estado têm responsabilidade", disse a estudante.

A jovem estudante defendeu na tribuna da Assembleia do Paraná a legalidade da ocupação das escolas em protesto contra a PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio, propostas apresentadas pelo Governo de Michel Temer. Ana Júlia disse que os parlamentares tinham as mãos sujas de sangue ao citar a morte de Lucas Mota, de 16 anos, assassinado em uma ocupação.

"Vocês estão aqui representando o Estado. E eu os convido a olhar a mão de vocês. A mão de vocês está suja com o sangue do Lucas. Não só do Lucas, como de todos os adolescentes estudantes que são vítimas disso", afirmou a estudante.

O discurso de Ana Júlia foi interrompido pelo presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB). "Eu vou encerrar a sessão. Eu vou cortar a palavra. Ela pode se expressar em relação à PEC. Mas que não afronte deputado. Aqui ninguém está com as mãos sujas de sangue, não", disse o parlamentar. A estudante rebateu o discurso do parlamentar. "Eu peço desculpas, mas o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes, nossos estudantes, é da sociedade, da família e do Estado", respondeu Ana Júlia.

A estudante Ana Júlia estuda no Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães, em Curitiba, que continua ocupado por estudantes mesmo após a morte do colega Lucas. Segundo o movimento estudantil, são 820 escolas paranaenses ocupadas.

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