Deputado que desejou morte de Lula se desculpa: “Cristão não deve desejar a morte de ninguém”

O deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) pediu desculpas após fazer declarações polêmicas em que expressou o desejo de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morresse. As falas, feitas durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública (CSP) da Câmara dos Deputados, geraram repercussão e passaram a ser alvo da Advocacia Geral da União (AGU).

“Eu aprendi com meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros. Ontem, durante a Comissão de Segurança, estávamos debatendo um projeto para desarmar os seguranças do ‘descondenado’ Lula, e eu disse que se ele tivesse um infarto ou uma taquicardia e morresse, eu não ficaria triste”, afirmou Gilvan, em sua explicação.

• Canal de Denúncias

Ele continuou, dizendo: “Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Então, eu não desejo a morte de ninguém, mas continuo acreditando que Lula deveria pagar pelos seus crimes, estar preso e responder pelo mal que fez ao nosso país. Reconheço, porém, que exagerei na minha fala e peço desculpas, presidente. Obrigado”.

As declarações do deputado também foram criticadas por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado Federal. Alcolumbre, sem entrar na polêmica, destacou uma mensagem do papa Francisco: "Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morre é você mesmo". A frase foi citada durante uma sessão do Senado na quarta-feira (9).

Durante a sessão da CSP, Gilvan da Federal estava discutindo a ausência de provas sobre um alegado plano para matar o presidente Lula e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No meio da conversa, o parlamentar fez novas declarações agressivas: “Por mim, eu quero mais é que o Lula morra! Quero que ele vá para o quinto dos infernos. É um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra! Quero que ele vá para o quinto dos infernos, porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivo aí.”

As afirmações de Gilvan da Federal ocorreram durante a votação de um Projeto de Lei (PL) que propõe o desarmamento da segurança pessoal do presidente Lula e de ministros, sendo o texto de sua autoria e aprovado na Comissão.