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Codevasf demite superintendente que colaborou com a PF

O desligamento do superintendente Miled Cussa Filho foi oficializado no dia 09 de maio.

Uma decisão tomada na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) provocou forte repercussão nos bastidores da política nacional. O desligamento do superintendente Miled Cussa Filho, oficializado no dia 09 de maio — mas que só ganhou repercussão nesta sexta-feira (16) —, ocorreu dias após ele colaborar com a Polícia Federal no envio de informações relacionadas a uma investigação sobre suspeitas de fraudes em convênios de pavimentação na cidade de Campo Formoso, na Bahia.

O caso é alvo da Operação Overclean, que apura a existência de um esquema criminoso envolvendo a destinação de recursos públicos, licitações e pagamento de propina. Documentos oficiais obtidos pela PF revelam que o prefeito de Campo Formoso, Elmo Nascimento (União Brasil), teria levado investigados à sede da Codevasf em Juazeiro (BA), com o objetivo de discutir parcerias que, mais tarde, se tornaram alvo de apuração.

A PF também encontrou indícios de uma possível conexão entre Elmar Nascimento (União Brasil-BA), irmão do prefeito e deputado federal, e o grupo suspeito de fraudes. Os elementos reunidos levaram o caso até o Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as evidências, os investigadores identificaram transações imobiliárias entre Elmar e Marcos Moura, apelidado de “rei do lixo”, além de registros que apontam para um suposto pagamento de propina a um assessor do parlamentar — conforme planilhas apreendidas durante as diligências.

Codevasf alega “medida de precaução”

Em nota, a Codevasf afirmou que a exoneração de Cussa Filho foi uma “medida de precaução, que busca ampliar garantias de transparência e integridade”. No entanto, o momento da demissão, em meio à colaboração com as autoridades, levanta questionamentos sobre possíveis retaliações e interferências políticas dentro da estatal.

As nomeações de Miled Cussa Filho e do atual presidente da companhia, Marcelo Moreira, teriam contado com o apoio direto de Elmar Nascimento, segundo apontam documentos da investigação. Em mensagens analisadas pela PF, Francisco Nascimento, primo de Elmar, se refere a Moreira como “amigo e indicação nossa”.

R$ 60 milhões em licitações sob suspeita

A influência política de Elmar sobre a estatal também aparece no histórico de repasses feitos via emendas do relator. No fim de 2022, o parlamentar solicitou R$ 40 milhões para obras em Campo Formoso. O pedido foi atendido pelo então Ministério do Desenvolvimento Regional e resultou em duas licitações conduzidas pela Codevasf, que somaram quase R$ 60 milhões entre contratos firmados no fim de 2023 e no início de 2024.

A crise na Codevasf ocorre em meio a sucessivas denúncias de superfaturamento, baixa qualidade das obras executadas e suspeitas de uso político da estatal para a manutenção de aliados no Congresso.

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