O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, determinou o bloqueio automático de novos descontos de empréstimo consignado para todos os beneficiários, independentemente da data de concessão do benefício. A medida, publicada no Diário Oficial da União, visa combater fraudes após a revelação de um esquema que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
Os segurados poderão liberar os descontos voluntariamente por meio de serviços do INSS. A decisão segue determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que em junho de 2024 ordenou o bloqueio para coibir cobranças indevidas. Ao todo, 29 entidades associativas tiveram aumento de 300% no faturamento com descontos em benefícios, enquanto acumulavam mais de 60 mil processos judiciais por irregularidades.

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em abril, investiga entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para descontar mensalidades sem autorização. Em alguns casos, os valores (entre R$ 45 e R$ 77) eram debitados antes mesmo do depósito do benefício.
O esquema levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, e do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O INSS já abriu procedimentos internos, e a Controladoria-Geral da União (CGU) acompanha as apurações.
O ex-diretor de Benefícios, André Fidelis, foi exonerado após as denúncias. Foram identificados empresários por trás das entidades suspeitas, que lucravam milhões com descontos fraudulentos.
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