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Mauro Cid diz ao STF que Bolsonaro pediu reunião entre hacker e Carla Zambelli

Cid foi o primeiro a prestar esclarecimentos na nova fase da ação que investiga uma tentativa de golpe.

O ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou nesta segunda-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, que recebesse a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti. O objetivo seria discutir supostas fraudes nas urnas eletrônicas.

Segundo o depoimento, Zambelli foi responsável por agendar um encontro entre Bolsonaro e Delgatti no Palácio da Alvorada. Durante a reunião, o ex-presidente teria buscado informações técnicas sobre vulnerabilidades nas urnas e formas de identificar possíveis irregularidades no processo eleitoral. Após o encontro, Bolsonaro pediu a realização de uma segunda reunião no Ministério da Defesa para aprofundar o tema. Cid afirmou que o encontro ocorreu, mas não soube informar se Paulo Sérgio participou diretamente.

Foto: Tv Senado/ Lula Marques/FacebookMauro Cid, Carla Zambelli e Jair Bolsonaro
Mauro Cid, Carla Zambelli e Jair Bolsonaro

Ainda durante o depoimento, Mauro Cid declarou que, apesar dos estudos e levantamentos realizados após as eleições de 2022, não foi identificado nenhum indício de fraude no sistema eletrônico de votação. Cid foi o primeiro a prestar esclarecimentos na nova fase da ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro.

Ao todo, o STF vai ouvir oito réus nesta etapa: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Jair Bolsonaro, ex-presidente; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, também ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Os interrogatórios estão sendo conduzidos pela Primeira Turma do STF ao longo desta semana.

Paralelamente, na última sexta-feira (6), a Primeira Turma do STF manteve, por unanimidade, a condenação da deputada Carla Zambelli a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No sábado (7), o ministro Alexandre de Moraes determinou que o Ministério da Justiça formalize o pedido de extradição da parlamentar, que atualmente está na Itália.

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