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Ex-ministra do Governo Lula seguirá recebendo salário por seis meses após demissão

Cida Gonçalves afirmou que retornou para Campo Grande (MS) e tenta agora "refazer a vida".

Demitida há pouco mais de dois meses pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-ministra das Mulheres Cida Gonçalves (PT) vai continuar recebendo remuneração integral por mais seis meses. A decisão foi tomada pela Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, que entendeu haver risco de conflito de interesse em uma proposta de trabalho apresentada pela ex-ministra.

Cida solicitou autorização da CEP para retomar suas atividades na Xaraés Consultoria e Projetos, empresa da qual foi sócia antes de assumir o cargo no governo. A consultoria atua na elaboração de projetos técnicos nas áreas de gênero, raça, políticas públicas, assistência social e segurança, e disputa licitações com órgãos públicos — fator determinante para o parecer da comissão. Até deixar o governo, a ex-ministra recebia salário bruto de R$ 46 mil, valor que seguirá sendo pago durante o período de quarentena, que se estende até o fim de outubro.

Foto: Lucas Dias/GP1Ministra Cida Gonçalves em Teresina
Ministra Cida Gonçalves em Teresina

Cida Gonçalves afirmou que, após deixar o ministério, retornou para Campo Grande (MS) e tenta agora “refazer a vida”. Ela explicou que consultou a CEP por iniciativa própria, devido ao risco de que informações obtidas durante o exercício do cargo fossem usadas de forma indevida. “Apesar de ser uma empresa de cunho social, ela é uma empresa privada, e corre o risco de informações que eu tinha ser usada para licitações. Então, eles [CEP] me garantiram a quarentena”, declarou.

A ex-ministra relatou que sua ligação com a Xaraés começou em 2016, quando praticamente adquiriu a empresa. Ela se desligou formalmente da sociedade ao assumir o ministério das Mulheres, em 2023. Durante o período em que esteve no governo, segundo ela, a consultoria atuou exclusivamente com empresas privadas.

A quarentena remunerada é prevista para ex-ministros, secretários e altos dirigentes do governo federal que desejam migrar para o setor privado e recebem propostas de trabalho que possam envolver uso de informações privilegiadas. O mecanismo visa evitar o chamado “efeito porta-giratória”, em que ex-servidores passam a atuar diretamente em interesses de empresas com as quais se relacionavam enquanto estavam no serviço público.

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