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Economia e Negócios

Nubank estreia na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira

A expectativa, agora, é sobre o comportamento das ações da fintech no primeiro dia de negociações.

O Nubank virou a instituição financeira mais valiosa na América Latina após a definição na noite de ontem do preço dos seus papéis em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A expectativa, agora, é sobre o comportamento das ações da fintech no primeiro dia de negociações, nesta quinta-feira, 9.

Com a ação a US$ 9, o banco inicia suas negociações na Bolsa de Nova York (Nyse) e na brasileira, a B3, valendo US$ 41,5 bilhões logo de partida – ou R$ 233 bilhões, considerada a taxa de câmbio a R$ 5,60. Além disso, a instituição conseguiu fazer o terceiro maior IPO do ano nos EUA, atrás apenas da sul-coreana Coupang e da chinesa DiDi

Com essa avaliação, a fintech ultrapassa o valor de mercado do Itaú Unibanco, de R$ 213 bilhões na B3. Ainda no mercado local, o Bradesco tem um valor de mercado de R$ 188 bilhões. A seguir vêm Santander (R$ 125 bilhões) e o Banco do Brasil (R$ 93 bilhões). O também banco digital Inter, por sua vez, vale atualmente R$ 32 bilhões.

Na oferta, o banco do cartão roxo arrecadou US$ 2,6 bilhões, considerando apenas o lote principal de papéis. O dinheiro será utilizado, por exemplo, para gastos com capital de giro e despesas operacionais, segundo aponta a instituição no prospecto da operação. Fora isso, os recursos levantados poderão ser utilizados em investimentos e aquisições.

O código de negociação na Bolsa (ou ticker) escolhido foi “NU”. Por aqui, o papel que será negociado será uma BDR, que é um certificado de uma ação listada fora do País. Isso ocorrerá porque a bolsa dos Estados Unidos será o mercado primário da fintech. No Brasil, o código será “NUBR33”.

Passando pela tempestade

Apesar de ser uma das ofertas de 2021 mais aguardadas em todo o mundo, o Nubank não atravessou ileso à maior volatilidade do mercado, situação piorada com a variante Ômicron provocando ainda mais dúvidas sobre o crescimento da economia global em 2022.

Além de ter cortado suas ambições de preço (que inicialmente iam até US$ 11), o Nubank costurou com um grupo de fundos globais uma intenção de investimento no IPO, que somou US$ 1,3 bilhão, o que ajudou para que a instituição financeira conseguisse driblar a alta volatilidade do mercado nas últimas semanas.

Além da oferta ter sido acompanhada de perto pelos grandes bancos brasileiros, os digitais globais também olharam todo o processo com uma lupa, já que a leitura é de que essa oferta servirá como base para outros IPOs do setor que já estão na fila para vir a mercado, entre elas Ebanx e Hotmart, conforme adiantou a Coluna do Broadcast.

Foram coordenadores da oferta os gigantes Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, além do próprio Nubank, por meio de seu braço de investimentos, o Nu Invest.

Força no mercado dos EUA

Além de ter se tornado o maior banco da América Latina ao arrecadar US$ 41,7 bilhões em seu IPO (oferta inicial de ações), o Nubank também fez a terceira maior oferta de ações do mercado americano de 2021, até o momento. A instituição brasileira fica atrás somente da sul-coreana Coupang e da chinesa Didi, desbancando negócios badalados como o aplicativo de namoro Bumble e a corretora online Robinhood.

Desde que os documentos do IPO foram enviados às autoridades americanas, os solavancos do mercado geraram, porém, algumas avaliações mornas a respeito dos preços que o Nubank pedia por suas ações. Casas como a Suno Research e a Nord, com foco em pequenos investidores locais, desencorajaram a entrada de seus clientes no IPO.

A Suno manteve a avaliação mesmo após o Nubank cortar a faixa indicativa de preço dos papéis, para o intervalo entre US$ 8 e US$ 9 por ação. O corte do preço em relação à faixa inicial (US$ 100 a US$ 11) fez com que o banco digital abrisse mão de quase US$ 10 bilhões para passar por um momento pouco amigável dos mercados.

Porém, o banco encontra muita boa vontade no mercado. Para a presidente da Tresalia Capital, María Asuncion Aramburuzabala, o sucesso do IPO do Nubank é positivo para a América Latina, pois valida as teses de empreendedores da região e ajuda a estimular projetos. “Cria um círculo virtuoso e transforma Vélez em um ícone, todos querendo ser como ele”, disse ela, em evento da consultoria Eurasia.

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