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Economia e Negócios

Vendas de bicicletas aumentam 54% na pandemia, aponta pesquisa do Itaú

Por outro lado, os gastos com lazer, por exemplo, caíram 72% em relação ao ano anterior.

O consumo do brasileiro mudou na pandemia, com as pessoas ficando mais em casa devido à necessidade de manter o distanciamento social como forma de reduzir o ritmo de transmissão da covid-19. Um dos retratos na vida em tempos de pandemia mostra que, com academias fechadas e agora com restrição de movimentação, o brasileiro comprou mais bicicletas: as vendas, medida pelo faturamento, deram um salto de 54,4% em 2020 em relação ao ano anterior, segundo pesquisa sobre o comportamento do consumo lançada nesta terça-feira, 9, pelo Itaú Unibanco.

Outra mudança foi a maior procura por serviços de streaming, algo que também é favorecido pelo aumento de produtos no mercado, tal como o lançado pela Disney no ano passado. Considerando as vendas de serviços de streaming, livros, games e instrumentos musicais subiram 40,4% - demonstrando os hobbies em alta em tempos de pandemia.

Por outro lado, a análise do consumo do brasileiro mostrou que alguns setores seguem muito afetados. Os gastos com lazer, por exemplo, desabaram 72%; os com bares e baladas caíram 33% e os gastos com restaurantes desceram 32,3%.

O 1.º relatório de Análise de Comportamento de Consumo foi feito a partir das transações feitas com o cartão de débito e crédito emitidos pelo banco, assim como as operações feitas por meio da Rede, sua adquirente. O relatório será divulgado trimestralmente a partir de agora.

O fato é que a pandemia obrigou o brasileiro a consumir mais digitalmente. O valor transacionado do varejo online cresceu 18,9% no ano passado, com o isolamento social necessário para conter o vírus, obrigando que mais pessoas fizessem suas compras online. O grande aumento veio dos atacadistas, do setor de materiais de construção e de mercados. No entanto, segundo o diretor de Estratégia e Engenharia de Dados do Itaú, Moisés Nascimento, quando o período mais restritivo da pandemia passou muitos voltaram ao varejo físico.

“Vai ser importante observar como será o consumo com o prolongamento da pandemia. Ainda é cedo para afirmar o apetite que o brasileiro tem de ir para o online e ficar no online, talvez o consumidor esteja mais interessado em algo híbrido”, disse o executivo do Itaú Unibanco.

A pesquisa do Itaú Unibanco mostrou ainda que o brasileiro aumentou seu tíquete médio por compra, refletindo sua decisão de sair menos vezes de casa.

Recuperação do PIB

O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, disse que a estimativa do banco é de que a retração do Produto Interno Bruto (PIB) tenha sido de 4,1% em 2020. A recuperação prevista para este ano é de uma expansão de 4% do PIB, embora a atividade do primeiro trimestre pode ser ainda bem fraca.

Segundo Mesquita, com a pressão inflacionária já observada, a projeção da instituição financeira é de que o Banco Central (BC) eleve a taxa de juros em março, dos atuais 2% ao ano para 3,5%. “A alta de inflação não vai se repetir e deve ficar entre 3% e 4% no fim do ano. Ao longo do ano, a inflação pode chegar em 6,5%”, disse.

Segundo o economista, apesar desse início do ano poder sofrer uma pressão com uma segunda onda do covid-19 e fim do auxílio emergencial, a expectativa é de uma queda das taxas da poupança, que foi de 18% no ano passado, à medida que o grau de confiança suba.

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