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Caso Vinicius Júnior: Itamaraty cobra explicações da Embaixada da Espanha

O atacante brasileiro, que atua no Real Madrid, tem sido vítima constante de ataques racistas na Espanha.

Após mais um episódio de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, em partida do Campeonato Espanhol nesse domingo (21), o Itamaraty afirmou que vai chamar a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernandéz-Palacios, para que sejam concedidas explicações sobre as violências verbais que o atacante vem sofrendo no país.

Segundo a jornalista Andréia Sadi, o Itamaraty informou que o objetivo da reunião com a embaixadora é transmitir uma posição de repúdio e cobrar o Governo da Espanha. Ainda no domingo (21), o Ministério da Igualdade Racial afirmou que vai notificar as autoridades espanholas e a La Liga, por conta dos ataques à Vini Jr.

Recentemente, no dia 10 de maio, Brasil e Espanha assinaram um acordo com o objetivo de combater o racismo e a xenofobia. O acordo prevê medidas para ajudar as vítimas a denunciarem os crimes.

Casos de racismos constantes

O atacante brasileiro, que atua no Real Madrid, Vinicius Júnior, tem sido vítima constante de ataques racistas durante o Campeonato Espanhol. Ao todo, já foram registrados pela La Liga, oito reclamações na Justiça por conta de ataques racistas contra o brasileiro.

O último caso aconteceu na 35º rodada do Campeonato Espanhol, em jogo entre o Real Madrid e Valencia, dentro do estádio Mestalla. Durante o segundo tempo a partida foi interrompida por conta de gritos de “macaco” por parte da torcida do Valencia direcionados ao jogador brasileiro. Vini Jr ainda recebeu um “mata-leão” de um adversário e acabou sendo expulso por acertar um soco no atleta.

Após o episódio, o jogador se pronunciou através de suas redes sociais onde afirmou que está não foi nem a primeira vez que sofreu racismo. Além disso, o atleta criticou a falta de posicionamento da La Liga em relação aos casos.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, publicou Vini Jr.

Posicionamento do Real Madrid

O clube espanhol em que o brasileiro joga apresentou uma queixa à Procuradoria Geral da Espanha pelo crime de delitos de ódio e discriminação. Além disso, o clube manifestou repúdio aos casos de racismo que Vini Jr vem sofrendo.

“O artigo 124 da Constituição espanhola estabelece as funções do Ministério Público para promover a ação da justiça em defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público. Por este motivo, e dada a gravidade dos factos ocorridos, o Real Madrid recorreu à Procuradoria Geral do Estado, sem prejuízo do seu caráter privado no processo que está a ser instaurado”, declarou o Real Madrid.

Pronunciamento da La Liga

Após a publicação de VIni Jr, o presidente da La Liga, Javier Tebas, usou também as suas redes sociais para criticar e responder o posicionamento feito pelo brasileiro. Em sua postagem, o presidente insinuou que o jogador exagerou ao acusar a ineficácia da La Liga em realça aos casos de racismo.

“Nem a Espanha, nem a La Liga são racistas. É muito injusto dizer isto. Como a La Liga, denunciamos e combatemos o racismo com toda rigidez dentro das nossas competências. Esta temporada foram feitas nove casos de insultos racistas (oito delas por insultos contra Vinicius Junior. Sempre identificamos os infratores e levamos a denúncia aos órgãos legisladores. Não importa que sejam poucos, eles são implacáveis. Não podemos permitir que se manche a imagem de uma competição que é sobre o símbolo de união de povos, onde mais de 200 jogadores são de origem negra em 42 clubes que recebem em cada rodada o respeito e o carinho da torcida, sendo o racismo um caso extremamente pontual (9 denúncias) que vamos eliminar”, publicou Javier Tebas.

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