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Saiba quem está por trás da primeira classificação da África do Sul em Copas

Confira a história de Desiree Ellis e Cedella Marley na busca do fortalecimento do futebol feminino.

A Seleção Sul-Africana chegou pela primeira vez as oitavas de final da Copa do Mundo Feminina de Futebol. Após uma Copa do Mundo do Catar em que vimos, pela primeira vez, uma seleção africana terminar em quarto lugar com os Leões do Atlas de Marrocos, o Mundial da Austrália e Nova Zelândia coloca o continente em pauta uma vez mais.

A virada diante da Itália e a ida à próxima fase não tem nada de sorte, apesar da 54ª posição no Ranking de seleções da Fifa. Atuais campeãs da Copa Africana de Nações, elas asseguraram sua vaga ao maior palco do futebol mundial e agora veem o esforço ser recompensado.

Foto: Reprodução/TwitterDesiree Ellis é técnica da África do Sul desde 2018
Desiree Ellis é técnica da África do Sul desde 2018

O esforço tem um nome como ponto focal durante a discussão: Desireé Ellis, técnica que assumiu o comando da seleção em 2018 e chega ao seu segundo mundial. Na área técnica, Ellis é a única mulher negra a comandar um time. Dessiree foi uma das pioneras da seleção da África do Sul ainda como atleta.

Na esteira de mulheres negras que ajudaram a revolucionar o futebol feminino está também Cedella Marley, filha de Bob Marley. Ela, que viu o pai crescer como um dos principais admiradores do futebol, viu seu país não ter uma seleção feminina durante quatro anos, entre 2010 e 2014.

Estabelecida no mundo da moda e da música, Cedella chegou ao esporte pela primeira vez quando desenhou o uniforme de Usain Bolt, nas Olimpíadas de Londres, em 2012.

"O futebol faz parte de mim, quando eu jogo, o mundo acorda ao meu redor"

A frase é de Bob Marley, que transmitiu o amor aos filhos e Cedella viu a missão de fazer com que o amor de seu pai não se diluisse com o passar do tempo. Mesmo que a Federação de Futebol Jamaicana tivesse encerrado as atividades do elenco feminino em 2008 devido a falta de recursos, ela enxergou uma maneira de apoiar as Reggae Girlz através de um folheto entregue por seu filho.

O primeiro passo na ajuda, então, veio em conjunto com os irmãos Damien e Steve Marley, quando gravaram a música "Strike Hard". A Fundação Bob Marley também entrou em ação e se tornou patrocinadora máster das jamaicanas. Não satifeita, Cedelle criou a iniciativa "Football is Freedom", para apoiar seleções em todos os níveis.

Foto: Reprodução/TwitterCedella Marley é uma ferrenha apoiadora do futebol feminino na Jamaica
Cedella Marley é uma ferrenha apoiadora do futebol feminino na Jamaica

Em 2023, Cedella, assim como Desireé, puderam ver o futebol de mulheres negras crescer. A vitória por 1 a 0 diante do Panamá foi a primeira vez que as Reggae Girlz venceram na história dos mundiais, e ela comemorou.

"Parabéns Reggae Girlz. Maisu ma vez desafiando as possibilidades e fazendo história ao segurar um time de ponta no empate. O mundo inteiro está torcendo por vocês. O primeiro ponto da Jamaica na Copa do Mundo Feminina da Fifa", escreveu após o empate diante da França.

História feita mais uma vez pois acabaram de vencer sua primeira partida da Copa do Mundo Feminina, disse ela após o 1 a 0 diante do Panamá.

Agora, com o empate que eliminou as brasileira, Cedella, exultante, comemorou a classificação inédita as oitavas de final. "História feita! As Reggae Girlz, avançam as oitavas pela primeira vez desde sempre. Tão orgulhosa. 3 jogos jogados. Nenhum gol sofrido. Reggae Girlz para o mundo".

Foto: Walter Firmo/Santos FCBob Marley com a camisa do Santos, na visita ao Brasil em 1980
Bob Marley com a camisa do Santos, na visita ao Brasil em 1980

É com este sentimento de orgulho que se encerra a fase de grupos de duas das principais histórias neste mundial. E ainda há linhas a serem escritas, desafios a superar e alegria ao jogar futebol e ver o mundo se mover ao seu redor.

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