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Internacional

Solos degradados já formam 15 milhões de km² no mundo, diz ONU

Estudo apontou que o equivalente a uma área quase do tamanho da Rússia não pode mais ser cultivada.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aproximadamente 33% do solo do planeta está moderado ou altamente degradado, ou seja, improprio para o cultivo. A erosão é a causa mais aparentes da degradação do solo e, anualmente, são afetadas por esse fenômeno entre 20 e 37 bilhões de toneladas da camada superficial do solo, também segundo a FAO.

A degradação do solo está ameaçando a produção de alimentos e põe em risco vários sistemas essenciais para a manutenção da vida na terra, alerta especialistas e cientistas que monitoram os impactos da crise climática durante a COP 16, que aconteceu no último mês de novembro.

Foto: Lucas Dias/GP1Seca no Piauí
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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres já enfatizou esse ano que a recuperação dessas terras é “simples, barata e acessível a todos”, porém, restaurar as terras degradadas e frear a expansão do processo de desertificação ao redor do mundo irá exigir investimentos de pelo menos US$ 2,6 trilhões até o final da década. Segundo estudos da ONU, para alcançar esse montante, será necessário cobrir um déficit anual de US$ 278 bilhões, já que foram investidos apenas US$ 66 bilhões em 2022.

Causas

As principais causas da degradação do solo numa escala sem precedentes no planeta são o desmatamento, a urbanização e práticas agrícolas insustentáveis, como o uso intensivo de insumos químicos e pesticidas e o desvio de água. Solos degradados já somam 15 milhões de km2, uma área maior do que a Antártica e quase do tamanho da Rússia, explica Daniela Chiaretti no Valor. A cada ano o problema se expande em cerca de 1 milhão de km² no mundo, quase o tamanho do Egito, destaca o Ecowatch.

O relatório tem a liderança do climatologista sueco Johan Rockström, codiretor do PIK. Rockström é o principal autor do estudo de limites planetários, lançado em 2009, que definiu nove limiares críticos essenciais para manter a estabilidade da Terra. A forma como se dá o uso do solo afeta diretamente sete destes limites.

O problema é que seis limites já foram ultrapassados, e dois estão próximos disso – a acidificação dos oceanos e a concentração de aerossóis na atmosfera. Só o ozônio na estratosfera está dentro de um “espaço operacional seguro” graças aos resultados do Protocolo de Montreal, acordo multilateral de 1989 para reduzir os produtos químicos que destroem a camada de ozônio na atmosfera.

Solos Degradados Já Atingem 15 Milhões de km² no Mundo

Resultado de última estudo sobre a degradação do solo, feito em parceria com a ONU e apresentado no último mês de novembro durante a COP16, revela que uma área equivalente ao tamanho da Rússia já não pode ser cultivada pela questão da degradação do solo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 33% do solo no planeta está moderado ou altamente degradado, tornando-se impróprio para o cultivo. A erosão é a principal causa desse processo, afetando de 20 a 37 bilhões de toneladas da camada superficial do solo a cada ano.

Impactos e Riscos

A degradação dos solos pões em risco a produção global de alimentos e coloca também em estado precário os sistemas essenciais para a manutenção da vida na Terra, alertam especialistas que discutiram os efeitos da crise climática durante a COP 16.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou ainda esse ano, que a recuperação dessas áreas é “simples, barata e acessível a todos”. No entanto, restaurar terras degradadas e conter a desertificação global exigirá investimentos de pelo menos US$ 2,6 trilhões até 2030. Para atingir esse valor, será necessário superar um déficit anual de US$ 278 bilhões, já que em 2022 apenas US$ 66 bilhões foram investidos no combate à degradação.

Causas da Degradação

Entre os principais fatores que aceleram a degradação do solo estão o desmatamento, a urbanização e práticas agrícolas insustentáveis, como o uso excessivo de insumos químicos e o manejo inadequado de recursos hídricos. Hoje, solos degradados somam 15 milhões de km², uma área maior que a Antártica e quase equivalente à Rússia. O problema avança rapidamente: estima-se que a cada ano mais 1 milhão de km² – uma área do tamanho do Egito – se torne improdutiva, conforme aponta o Ecowatch.

Limites do Planeta

O relatório sobre a degradação do solo foi liderado pelo climatologista sueco Johan Rockström, do Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático (PIK). Rockström é conhecido por seu estudo de 2009 que definiu nove limites planetários essenciais para a estabilidade do planeta, dos quais seis já foram ultrapassados. O uso insustentável do solo impacta diretamente sete desses limites.

Entre os limiares que ainda não foram ultrapassados está o da camada de ozônio, mantida em níveis seguros graças ao Protocolo de Montreal, acordo de 1989 que reduziu o uso de substâncias destrutivas. Contudo, limites relacionados à acidificação dos oceanos e à concentração de aerossóis na atmosfera estão prestes a ser rompidos, alertando para a urgência de medidas globais.

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