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Coronavírus no Piauí

Desemprego vai triplicar se isolamento durar mais 30 dias, diz Jivago Castro

“As consequências disso são terríveis, tanto econômicas quanto sociais. Essas pessoas vão ficar desempregadas, essas pessoas vão se suicidar, vão saquear”, continuou o empresário.

Em entrevista ao GP1 na manhã desta quinta-feira (26), o engenheiro Jivago Castro, dono da Vanguarda Engenharia, afirmou que caso o confinamento social por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) perdure por dois meses, o desemprego no país vai triplicar.

“Você imagina que a construção civil, que é um setor forte e robusto está desse jeito, imagine esses pequenos lojistas, varejistas que estão com suas lojas fechadas. Cada um tinha dois, três empregos e esses empregos estão todos ameaçados. Se tínhamos 10 milhões de desempregados, com essa questão do coronavírus se o isolamento perdurar por mais 30, 60 dias, o desemprego vai triplicar”, afirmou.

  • Foto: Facebook/Jivago Castro Jivago Castro Jivago Castro

Para o engenheiro, as consequências da crise serão gigantescas, tendo em vista que as pessoas que não possuem reserva financeira ficarão desesperadas e poderão saquear supermercados e até mesmo cometer suicídio.

“As consequências disso são terríveis, tanto econômicas quanto sociais. Essas pessoas vão ficar desempregadas, essas pessoas vão se suicidar, vão saquear. Você imagina o cara com o filho dele dentro de casa passando fome, gritando de fome e ardendo de febre e ele sem emprego”, continuou.

200 empregados

O engenheiro ainda destacou que sua empresa, a Vanguarda Engenharia, possui 200 operários e que nenhum foi demitido. “Eu tenho 200 operários e eu não demiti nenhum. Eu sentei com eles, fiz um acordo e mantive os 200 empregos através do acordo. E só vou demitir na hora que eu não puder mais. Eu queimo a gordura da empresa, mas eu vou segurar esses 200 pais de família durante esse período”, frisou.

Medida necessária

Jivago também disse que é importante manter a orientação da Organização Mundial da Saúde para tentar diminuir a proliferação do novo coronavírus, mas que deveriam ter organizado a quarentena para tentar diminuir os prejuízos causados na economia.

“A medida de profilaxia é necessária? É. Só que poderiam ter mitigado isso através de ações online, através de trabalho de assinatura eletrônica. Tanta inteligência artificial que a gente tem hoje, isso poderia estar sendo feito. Foi uma medida drástica de cima para baixo, lógico pensando na saúde, mas tem que medir as consequências para a economia”, avaliou.

Papel do governo

Jivago pediu ainda que o governo faça sua parte e que os deputados mostrem efetivamente o que estão fazendo em favor da população neste momento de pandemia e possível colapso da saúde. O engenheiro criticou a discussão acerca do adiamento das eleições municipais.

“O que a gente espera do governo é que o governo faça a parte dele também. Que tome medidas urgentes e necessárias em vez de ficar discutindo se vai adiar ou não a eleição. Só tenho visto político fazendo selfie, dizendo que está ajudando, mas não estou vendo o que está trazendo para a população afinal”, seguiu.

Reestruturação do comércio

Diante do cenário atual, Jivago Castro afirmou que é necessário que empresários façam uma reestruturação em seu modo de trabalhar. “Eu acredito que as pessoas têm que tratar a palavra da reestruturação. Se eu sou um comerciante, tenho ativos a receber, tenho clientes que me devem, que compraram e tenho obrigações a cumprir. Tenho que chamar e conversar”, disse.

“Não posso perder o que tenho de mais importante que primeiro é minha equipe, que demorei anos para fazer; segundo eu não posso perder minha carteira de recebíveis. Se eu tenho R$10 mil para receber e tenho R$ 2 mil para pagar, eu não posso perder aqueles R$ 10 mil. Aquela pessoa que precisa me pagar também está com a saúde financeira abalada. A palavra do momento é reestruturação. Você tem que sentar e negociar”, seguiu o empresário.

Capital de giro

Jivago ainda falou sobre a oportunidade que o governo tem dado aos empresários em parcelar dívidas e contrair capital de giro. O construtor vai fazer uma live com um especialista em seu Instagram nesta quinta às 18h para falar mais sobre o assunto.

“O governo está abrindo várias exceções para você deixar de pagar imposto, alongar capital de giro que você contraiu e isso já alivia seu fluxo. O momento é de segurar o capital que tem dentro de caixa, se puder captar mais capital de giro, vá buscar nos bancos, as taxas estão baixas, se você tiver fôlego para tirar capital de giro, tire, porque a gente não sabe quanto tempo isso vai durar. Senta de um lado os teus ativos, os teus credores e diz ‘olha, você me deve tanto, vamos suspender esse mês, próximo mês você me paga sem juros ’. Senta do outro lado com seus fornecedores e diz ’te devo um boleto de R$ 2 mil, queria prorrogar com taxa de juros que não fosse extorsiva para mais 30 dias ’. Esse é o caminho do pequeno empresário”, finalizou Jivago Castro.

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