Trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão foram resgatados no município de São Félix do Xingu, no Pará. Os homens foram encontrados próximos a um dos afluentes do Rio Xingu, nas imediações de uma fazenda, pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel de Combate ao Trabalho Análogo à Escravidão (GEFM) e outros agentes do governo, em uma operação intitulada como Eleutheria CXXXIV, que aconteceu entre os dias 4 e 9 deste mês.
Os trabalhadores resgatados estavam atuando na construção de uma ponte na zona rural, morando em um barracão de lona improvisado, sem acesso a itens de higiene básica e sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), ou seja, sem direitos trabalhistas básicos, medidas de segurança ou condições mínimas de saúde.
No total, três trabalhadores foram resgatados, com idades de 41, 57 e 59 anos. Eles relataram que outros seis já haviam deixado o local semanas antes. Além desses trabalhadores, foi identificado um adolescente em situação de trabalho irregular na sede de uma propriedade rural.
O fazendeiro responsável por impor essas condições de trabalho, além de submeter os trabalhadores a uma jornada exaustiva, de domingo a domingo, pagando apenas 90 reais por dia, negou às autoridades que estivesse praticando condições análogas à escravidão e se recusou a assinar um termo de ajustamento de conduta.
A Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) aguardam o resultado dos autos de infração lavrados para subsidiar a propositura de uma ação civil pública contra o responsável.
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