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Teresina - Piauí

Constantino Júnior cobra policiamento ostensivo da PM em Teresina

“Isso é uma demonstração da situação do Estado. Alguns desses homicídios você pode fazer a relação com o mundo crime, mas nem todos", afirmou.

A cidade de Teresina registrou 11 homicídios somente nos últimso três dias, sendo que dois desses casos foram relacionados a latrocínio, roubo seguido de morte. Um desses crimes chocou o Piauí, o assassinato do estudante de medicina, Antônio Rayron, que estava voltando do plantão no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), no domingo (25).

Em entrevista ao GP1, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Constantino Júnior, afirmou que essa onda de insegurança acontece principalmente com a falta de policiamento ostensivo que deveria ser realizado pela Polícia Militar.

“Isso é uma demonstração da situação do Estado. Alguns desses homicídios você pode fazer a relação com o mundo crime, mas nem todos, temos aí um caso que consternou a cidade de Teresina, que ocorreu em uma parada de ônibus. Por que ali não estava um policiamento ostensivo? Hoje há uma ausência muito grande do policiamento ostensivo, onde a PM apenas atende ocorrências. Está acontecendo um crime, liga-se para a PM e ela vai lá. É nisso que nós temos batido, porque a PM deve estar presente nas ruas, devidamente fardada e nas viaturas”, afirmou Constantino Júnior.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Constantino Júnior, presidente do SinpolpiConstantino Júnior, presidente do Sinpolpi

Ele acredita que se ocorresse o policiamento ostensivo, esses crimes seriam evitados. “A PM hoje só atende ocorrência. Se você ligar para o 190, ela vai para lá. O que está errado, ela tem que estar nas ruas, presente. Porque se ela está na rua, você acha que aquele elemento que assassinou esse estudante, se tivesse guarnição da PM ali, ele teria agido? Claro que não. Então isso que deveria acontecer, mas temos uma política errônea, apenas de atendimento de ocorrência. Eles devem estar na rua e quando não estão, acontecem esses crimes contra a vida. A gente vê que esses crimes ocorrem de forma absurda e não vemos uma solução do Estado em relação a isso. Temos uma ausência do Estado, você não encontra viaturas, com raríssimas exceções, vamos dizer que aqui no Centro de Teresina, depois das 18h, você não vê uma viatura da PM e o assassinato desse rapaz, estudante de medicina é uma mostra disso”, criticou.

O presidente do Sinpolpi também criticou a recente polêmica envolvendo o Ministério Público do Piauí, após o procurador geral de Justiça, Cleandro Moura, apresentar uma recomendação onde pede que os policiais militares também realizem o Termo Circunstanciado de Ocorrência. A questão está sendo contestada na Justiça, e chegou a ser concedida uma liminar suspendendo a recomendação, mas posteriormente essa decisão foi derrubada e a recomendação foi mantida. Para Constantino, essa é uma atribuição que cabe apenas a Polícia Civil e é mais uma forma de tirar os policiais militares do trabalho ostensivo.

“Há pouco tempo teve uma manifestação do Ministério Público e do Governo do Estado, onde querem passar para a PM fazer TCO, mas ela não faz o seu papel constitucional, que é o policiamento ostensivo, e ainda querem colocar para eles fazerem aquilo que é atribuição da Polícia Civil. Tão logo a Justiça cassou a liminar, o governador baixou o decreto em relação a TCO e abrindo a questão do Boletim de Ocorrência para que a PM pudesse fazer o registro, indo de encontro com a Constituição Federal. O que vamos ver na prática é a ausência cada vez mais da PM e uma busca cessante de fazer mais o trabalho da Polícia Civil”, destacou Constantino.

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