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Teresina - Piauí

Vereador Fabiano Lira é transferido para Casa de Custódia em Teresina

Ele é o único membro do grupo que teve a prisão temporária convertida em preventiva.

O vereador Fabiano Feitosa Lira, um dos alvos da Operação Poço sem Fundo, deflagrada pelo Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), já está na Penitenciária José Ribamar Leite, mais conhecida como Casa de Custódia de Teresina. Ele se apresentou na sede do GAECO na última sexta-feira (15) e agora é o único membro do grupo que teve a prisão temporária convertida em preventiva.

Na ocasião, foram efetuadas as prisões da ex-prefeita de Brejo do Piauí, Márcia Cruz, além de empresários e membros do executivo municipal.

De acordo com o coordenador do GAECO, promotor Rômulo Cordão, o vereador foi preso somente dois dias após a deflagração da operação. Para o Ministério Público, ele é peça fundamental para o avanço das investigações, por isso a necessidade da manutenção da prisão preventiva do acusado.

O promotor relatou que o vereador Fabiano Lira possuía um contrato para manutenção de poços no município, no entanto, não executava os serviços. Ao todo, ele faturou cerca de R$ 600 mil no esquema fraudulento. “Quem fazia a manutenção dos poços, na verdade, eram os próprios populares que eram pagos em quantias irrisórias para isso. Ele recebeu quase R$ 600 mil por esse contrato, mas na verdade quem fez a limpeza e manutenção dos poços foi a própria população e o vereador emitia notas frias”, explicou o promotor.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Rômulo CordãoRômulo Cordão

O coordenador do GAECO frisou ainda que o parlamentar já possui outras investigações na Justiça Federal por crimes contra a administração pública e que ele deverá permanecer preso em virtude da Operação Poço Sem Fundo. “A prisão preventiva dele foi decretada pela possibilidade de ele interferir na investigação, ele atuava de uma forma liberal na organização criminosa, então a prisão dele é importante para estancar o esquema”, finalizou.

Os outros cinco alvos presos durante a Operação Poço sem Fundo ganharam liberdade nesta segunda-feira (18), são eles: Adcarliton Valente e Valdirene da Silva, proprietários da VSP Construtora, a ex-prefeita Márcia Aparecida Pereira da Cruz, o seu irmão, Emídio Pereira da Cruz (chefe de gabinete da ex-prefeita), além do pregoeiro municipal, Carlos Alberto Figueiredo.

Entenda o caso

A ex-prefeita de Brejo do Piauí, Márcia Aparecida Pereira da Cruz, foi presa na manhã desta quarta-feira (13) durante a “Operação Poço Sem Fundo”, deflagrada pelo Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Piauí. Ela administrou o município entre os anos de 2013 e 2016.

A operação visa desarticular uma organização criminosa que era voltada para a prática de crimes contra a administração pública, incluindo fraudes em licitações. As ações policiais foram concentradas nos municípios de Canto do Buriti, Brejo do Piauí e Teresina. A ex-gestora foi capturada na cidade de Picos e está sendo acusada de desviar recursos para a perfuração e manutenção de poços artesanais.

Segundo o promotor de Canto do Buriti, José William Luz, Márcia Cruz fazia parte do núcleo político da organização criminosa.

“Na organização criminosa existem três núcleos: o político, empresarial ou operacional e o ‘laranja’. Neste caso, o núcleo político é formado pela Márcia Cruz e o Emídio, irmão da ex-prefeita que também era chefe de gabinete. Sem a participação deles, esse esquema não teria sido efetivado. Até porque, quem era responsável pelos empenhos, pagamentos e autorização das licitações era a própria gestora. O chefe do núcleo operacional é o Fabiano Feitosa Lira, que está foragido. O núcleo é formado por pelo menos mais outros dois empresários que são os donos da empresa VSP Construtora e o Carlos Alberto, dono de uma empresa chamada Lógica. Ele era responsável pela assessoria das comissões de licitações, inclusive de Brejo do Piauí”, pontuou.

Até o momento, foram congelados quase R$ 3 milhões em bens e rendas dos integrantes da organização criminosa. A GAECO ainda está investigando a atuação da empresa em mais seis municípios piauiense, nos quais estão sendo mantidos em sigilo.

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