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Teresina - Piauí

"Lockdown é uma das alternativas neste momento", diz Gilberto Albuquerque

Em entrevista ao GP1, Gilberto Albuquerque disse que atualmente há mais de vinte pacientes na espera por um leito de UTI covid na Capital.

O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, falou em entrevista ao GP1, na manhã desta quarta-feira (10), sobre a atual situação do sistema de saúde de Teresina, que enfrenta um colapso devido ao aumento no número de casos de covid-19, doença provocada pelo coronavírus. O gestor disse ainda que o lockdown é uma das alternativas para este momento.

O novo balanço da FMS mostra que hoje existem mais de vinte pacientes na fila de espera por um leito de UTI Covid na Capital, que estão com 100% de sua capacidade ocupada. Os leitos clínicos também ameaçam lotar, a taxa de ocupação já está acima de 85%, segundo Gilberto. Ainda no mês de janeiro, o presidente havia alertado sobre uma explosão de casos entre a segunda quinzena de fevereiro e o mês de março.

Foto: Alef Leão/GP1Gilberto Albuquerque, presidente da FMS
Gilberto Albuquerque, presidente da FMS

“Leitos de UTI estão 100% ocupados, temos mais de vinte pacientes na espera por um leito de UTI, em relação a leitos clínicos taxa de ocupação acima de 85%, nós temos quase 30 pacientes na espera. A situação só não está pior porque durante esse período em que a gente está à frente da Fundação fizemos um planejamento baseado nos dados estatísticos em que avisamos, no início de janeiro, que na segunda quinzena de fevereiro e durante o mês de março nós teríamos uma explosão de casos e é isso que está acontecendo agora. Baseado nisso, fizemos um plano emergencial como aquisição de equipamentos, definição de hospitais que poderiam ser fechados para covid e estamos agora implantando. Mas o vírus está evoluindo mais rápido do que o nosso planejamento e estamos acelerando a execução desse plano para que a gente possa atender o mais rápido possível a população que precisa”, informou Gilberto Albuquerque.

Apesar da gravidade da situação, o presidente da FMS assegurou que neste momento não há possibilidade de algum paciente morrer à espera de um leito de UTI na Capital, já que o plano emergencial está sendo executado. “Nesse momento é pouco provável porque nós montamos leitos de UTI mesmo não sendo cadastrado, habilitado, mas a gente equipou como leito de UTI. Então hoje em qualquer uma dessas UPAs temos condição de atender paciente de UTI normalmente”, afirmou o médico.

Dos leitos de UTI, 10% estão ocupados por pacientes da rede privada

Ainda de acordo com Gilberto, atualmente 10% dos leitos da rede pública destinados para o atendimento covid-19 estão ocupados por pacientes que possuem convênios com a rede privada, por conta do esgotamento dos leitos nessas unidades.

Foto: Alef Leão/GP1Unidade de Pronto Atendimento do Promorar
Unidade de Pronto Atendimento do Promorar

“O momento é crítico, todos estão vendo. Nós já temos mais de 10% dos nossos leitos de UTI de Teresina ocupados com pacientes de convênios porque os hospitais privados não têm mais como atender. E o SUS como atende todo mundo, então estão vindo para o atendimento no SUS porque os privados não têm mais vaga, os planos de saúde não estão conseguindo atender a demanda deles e nós estamos dando esse suporte”, ressaltou.

Ampliação dos leitos clínicos

O presidente disse que está realizando reuniões com equipes dos principais hospitais da Capital que passarão por modificações para ampliar a capacidade de leitos clínicos.

“Diariamente nós temos que mudar a estratégia de ação, hoje por exemplo nós estamos com muita dificuldade em leitos clínicos e temos que fazer modificações urgentes em alguns hospitais e estamos discutindo com as equipes desses principais hospitais que vão sofrer modificações para que a gente possa fazer isso o mais rápido possível”, informou Gilberto.

Lockdown

Gilberto disse que o lockdown total seria uma das alternativas neste momento. O presidente pediu ainda colaboração da população para que a situação seja controlada, uma vez que a variante do vírus é mais letal e a transmissão ocorre de forma mais rápida.

“É necessária a colaboração da população, porque se não, não tem leito que dê conta. Porque a transmissão dessa cepa é muito rápida, consegue passar muito rápido de uma pessoa para outra e as complicações são mais graves. Nesse momento o lockdown total é uma das alternativas, inclusive está sendo usado em outros 19 estados do Brasil, mas é uma decisão que cabe ao Governo do Estado”, finalizou.

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