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Teresina - Piauí

Cabo da PM chegou em bar com intenção de matar qualquer um, diz Barêtta

Um mototaxista, com quem o PM iniciou uma discussão, foi atingido no ombro e sobreviveu.

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, afirmou em entrevista ao GP1 na manhã desta segunda-feira (28), que o cabo da Polícia Militar do Piauí Manoel de Jesus Fernandes Sousa, 51 anos, responsável pelas mortes de duas pessoas em um bar na última sexta-feira (25), no bairro Alto da Ressureição, em Teresina, chegou ao local com a intenção de assassinar qualquer uma das pessoas que estavam no estabelecimento na data do crime. Segundo do delegado, o acusado estava embriagado e apontando a arma para as pessoas.

Conforme Barêtta, a proprietária do bar foi ouvida e relatou como ocorreu a dinâmica do duplo homicídio de Deusimar Gomes Siqueira, 43 anos, e Antônio Bernadinho de Oliveira, de 48 anos. “A dona do bar relatou que o policial militar, quando chegou lá, disse que iria ‘pipocar um’, sacou a arma e começou a apontar para as pessoas. Inclusive, as pessoas estavam com os copos sob a mesa e ele chegava e derrubava ou bebia nos copos das pessoas. Ele então começou a discussão com o mototaxista, contra quem ele atirou na região do ombro e matou outros dois homens”, revelou o diretor do DHPP.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Barêtta
Delegado Barêtta

Ainda conforme o delegado Barêtta, a dona do bar, ao perceber o perigo que o policial apresentava, ligou para uma viatura da Polícia Militar, que só chegou ao local após o crime ser concretizado. “Ele, ao entrar ao bar, já foi provocando as pessoas, derramando garrafas, ingerindo bebida das pessoas, apontando arma e perguntando se estavam achando ruim. Ele provocou, chegou com a intenção de provocar problemas e assassinar as pessoas naquele dia. A dona do bar disse que ligou para a PM e quando a viatura chegou, ele já tinha assassinado as duas pessoas e estava se preparando para fugir na motocicleta dele. Ele foi abordado pelos policiais militares, onde foi preso em flagrante e levado para a Central de Flagrantes, onde foi lavrado o respectivo auto”, frisou Barêtta.

O diretor do DHPP disse ainda que pelo menos cinco pessoas que estavam no bar ainda devem ser ouvidas para esclarecer ainda mais a dinâmica dos fatos. “A proprietária do bar já foi ouvida nos autos do flagrante delito, mas será ouvida novamente nos autos do inquérito policial. Outras 5 pessoas devem ser ouvidas pela autoridade policial, que vai concluir o inquérito e vai ser remetido em tempo hábil, pois só temos 10 dias para conclusão do inquérito, já que o PM está preso preventivamente após o auto de prisão em flagrante”, concluiu o delegado Barêtta.

Sobrevivente

A terceira vítima do policial militar trata-se de um mototaxista, identificado apenas como Tchê Tchê. Ele foi a pessoa com quem o PM iniciou uma discussão por motivo fútil, a partir disso o acusado efetuou um tiro no ombro dele e acabou matando dois homens que não tinham nada a ver com a situação.

Prisão preventiva decretada

O juiz Teófilo Rodrigues Ferreira, da Vara Núcleo de Plantão de Teresina, decretou neste sábado (26) a prisão preventiva do cabo da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), Manoel de Jesus Fernandes Sousa, 51 anos, acusado de assassinar dois homens a tiros após uma confusão generalizada em um bar no bairro Alto da Ressureição, zona sudeste da Capital.

Na decisão, o magistrado destacou que referente ao caso, o acusado representa perigo caso esteja em público. Por isso, não é possível determinar medidas cautelares ao suspeito, pois sua soltura e seu perfil são incompatíveis com o cargo que ocupa.

“Consoante informações presentes nos autos devidamente esmiuçadas, principalmente pela circunstâncias do delito, revela ser pessoa perigosa para o bem estar público, motivo pelo qual reputo inadequadas as medidas cautelares não privativas de liberdade listadas no art. 282 do CPP. Além disso, o caso se identifica dentre aqueles em que a soltura do preso é incompatível com a manutenção da ordem pública, dado o perfil subjetivo do requerido, inconciliável com as diretrizes de seu labor público. (Policial Militar)”, destacou o juiz em decisão.

Corregedoria vai abrir procedimento

Em nota divulgada ainda no sábado (26), a diretora de comunicação da PM-PI, coronel Elza Rodrigues, informou que o policial foi autuado em flagrante por duplo homicídio. A Corregedoria vai abrir procedimento contra o cabo.

A diretora de comunicação da PM ressaltou que o policial vai responder pelos crimes nas duas esferas: administrativa e criminal. “O policial militar irá responder às acusações que lhe são imputadas tanto na esfera administrativa como na esfera criminal. Na esfera administrativa em procedimento instaurado pela Corregedoria da PMPI denominado Conselho de Disciplina e na esfera criminal, na justiça comum do Estado do Piauí”, finaliza o texto.

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