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Teresina - Piauí

Mulher revelou agressões 3 dias antes de ser morta em Teresina; ouça áudio

Kelly Rayane foi morta pelo amante com um tiro na nuca, enquanto amamentava a bebê de 11 meses.

O GP1 obteve acesso, com exclusividade, a mensagens de áudio em que a jovem Kelly Rayane dos Santos Nascimento, de 28 anos, assassinada na madrugada do último domingo (20) no bairro Nova Brasília, revela ter sido agredida e ameaçada de morte pelo acusado Carlos Manoel, por conta de um vídeo em que ela aparece dançando no TikTok.

No áudio gravado no dia 17 de março, três dias antes de ser assassinada, a vítima relata que ao tomar conhecimento da publicação do vídeo, Carlos Manoel a procurou em casa e não preservou sequer a bebê de apenas 11 meses que ela segurava no braço, passando a agredir Kelly Raiane e ameaçá-la com uma arma de fogo.

Foto: Reprodução/FacebookKelly Rayane dos Santos Nascimento
Kelly Rayane dos Santos Nascimento

“Mulher, não tem o vídeo que eu fiz né, do TikTok? O Manoel veio aqui agorinha, o homem ficou doido por causa do vídeo. Eu nunca tinha visto o homem daquele jeito: ‘ah desgraça, tu quer andar se mostrando é?’ Por causa do vídeo que eu fiz. Esse homem estava doido, me puxando, pegou no meu pescoço e a Valentina chorando e ele sem querer soltar o meu pescoço. Aí ele tava armado: ‘tu quer que eu atire em tu, desgraça, quer?’ Só por causa do vídeo, mulher, nunca vi o homem daquele jeito não. Eu fiquei foi com medo, ele querendo puxar (o gatilho) e eu segurando a mão dele: ‘tu tá doido, tu tá doido?’ e ele dizendo ‘me solta desgraça, me solta’. O homem ficou doido por causa daquele vídeo, mermã”, disse a vítima em troca de mensagens de áudio com a amiga.

Kelly Rayane também relatou à amiga por meio de mensagem no Whatsapp que naquele dia em questão terminou o relacionamento com o acusado e ameaçou expor a relação extraconjugal dos dois à esposa de Carlos Manoel. Três dias após enviar a mensagem, Kelly Rayane foi assassinada.

Foto: Reprodução/WhatsAppKelly Rayane terminou relacionamento com o acusado
Kelly Rayane terminou relacionamento com o acusado

Mãe de Kelly Rayane diz que filha era ameaçada

Em entrevista ao GP1 na manhã desta quinta-feira (24), Rosângela de Sousa Santos, mãe de Kelly Rayane, disse que dois meses antes do crime o acusado já havia efetuado um disparo de arma de fogo na academia onde ela frequentava.

“Eles já estavam com mais de um ano juntos. Nesse meio termo ela engravidou e ele se afastou porque ele tem uma família, mora junto com outra mulher e tem filhos. Depois que ela teve neném eles voltaram de novo, foi a partir daí que ele começou a andar na casa dela direto, dormia lá e há dois meses eu soube que ele andava atrás dela. Ela estava fazendo academia e deixou de ir porque um dia ele chegou a atirar na porta da academia que ela frequentava. Depois ela passou a fazer caminhada no Lagoas do Norte e foi do mesmo jeito, ele sempre perseguindo ela”, contou Rosângela.

A mãe de Kelly Rayane relatou ainda que apesar de saber das ameaças, não imaginava que a filha já havia sido agredida, pois o acusado continuava frequentando a casa dela.

“Eu imaginava que não estava acontecendo nada, pois ele estava todo dia na casa dela. Ela chegava todo dia 14h e ele ficava lá. Quando foi na quinta-feira (18) ele entrou na casa dela e ameaçou ela porque ela tinha feito uns vídeos e disse que não queria mais ele. Depois eu fiquei sabendo que ele estava enforcando ela na cozinha, dizendo que ela não queria prestar porque ela tinha gravado esses vídeos. Nesse dia eu não estava em casa, tinha saído. Ele pegou a arma e ela brigou com ele, tentou tomar a arma dele”, contou Rosângela.

O crime

Kelly Rayane dos Santos Nascimento, de 28 anos, foi assassinada com um disparo de arma de fogo no rosto na madrugada do último domingo (20), por volta de meia noite, na Rua Professor Artur Furtado, bairro Nova Brasília, na zona norte de Teresina.

De acordo com o 9º Batalhão da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), a vítima foi atingida com um disparo de arma de fogo próximo ao maxilar e chegou a ser levada por populares para o Hospital Geral do Buenos Aires, mas já chegou na unidade hospitalar sem vida.

Mulher foi morta enquanto amamentava filho de 11 meses

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, revelou em entrevista ao GP1 que Kelly Rayane estaria amamentando o filho de 11 meses, quando foi assassinada.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Barêtta
Delegado Barêtta

Segundo Barêtta, Kelly Rayane foi assassinada na frente dos dois filhos, um de 4 anos e o outro de apenas 11 meses, este último fruto do relacionamento amoroso que ela mantinha com o acusado.

“Essa moça foi morta atingida por disparo de arma de fogo no interior da sua residência, na frente de dois filhos menores, um de 4 anos e um de 11 meses. Esse de 11 meses é fruto inclusive do relacionamento amoroso com esse indivíduo que tirou a vida dela. Segundo a mãe de Rayane, ela costumava amamentar a criança de 11 meses e na posição que ela estava, provavelmente, ela estaria amamentando a criança quando recebeu o disparo de arma de fogo na cabeça. A jovem ainda foi levada para o hospital, mas já chegou sem vida”, relatou Barêtta.

Prisão

Carlos Manoel foi preso após se apresentar na Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na última terça-feira (22).

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