Fechar
GP1

Piauí

Descendente holandês emprega mais de 500 pessoas no Piauí

Cornélio Sanders encontrou nas terras da “Filha do Sol do Equador” um campo fértil para expandir sua produção agropecuária.

Facebook/Fazenda Progresso 1 / 6 Colheita de algodão na Fazenda Progresso Colheita de algodão na Fazenda Progresso
Facebook/Fazenda Progresso 2 / 6 Cornélio Sanders Cornélio Sanders
Facebook/Fazenda Progresso 3 / 6 Cornélio Sanders e funcionários da Fazenda Progresso Cornélio Sanders e funcionários da Fazenda Progresso
Facebook/Fazenda Progresso 4 / 6 Cornélio Sanders e sua esposa, Dona Ani Cornélio Sanders e sua esposa, Dona Ani
Facebook/Fazenda Progresso 5 / 6 Plantação de soja Plantação de soja
Facebook/Fazenda Progresso 6 / 6 Vista Aérea da Fazenda Progresso Vista Aérea da Fazenda Progresso

Cornelio Adriano Sanders, descendente holandês chegou ao Piauí no ano de 2001, vendo nas terras da “Filha do Sol do Equador” um campo fértil para expandir sua produção agropecuária. O Grupo Progresso atualmente conta com 4 propriedades no Piauí, nos municípios de Sebastião Leal, Uruçuí, Landri Sales e Guadalupe. Como principais atividades, estão o cultivo de soja, milho, algodão, beneficiamento de algodão, pesquisa e produção de sementes de soja, eucalipto e, atualmente, iniciando integração lavoura, pecuária e floresta.

A família de Seu Cornélio chegou ao Brasil em 1948, no pós-guerra, buscando no país um meio de fugir das dificuldades enfrentadas na Europa. Após passar pelo estado de São Paulo, Pai Thomas, pai do empresário, fixou-se no Rio Grande do Sul. Em 1970, após o falecimento do pai, Seu Cornélio e os irmãos começaram a expandir os negócios da família e nove anos depois iniciou o processo de separação da sociedade. Seu Cornélio foi o último a deixar a parceria, em 2000.

Foi nesse momento que o descendente holandês, a esposa e os filhos buscaram o Nordeste com o intuito de ampliar sua produção, mesmo com as dificuldades iniciais, eles encontraram no nosso estado de clima quente um lugar viável para alcançar o que almejava. “Eu resolvi procurar outras regiões para crescer, eu andei na Bahia, no Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e a gente acabou chegando aqui, achamos uma região que nós sabíamos que era uma região do Nordeste que era seca, mas nós achamos que tinha condição de avançar. A gente comprou a área, o primeiro ano a gente foi mal, colhemos muito mal, o segundo ano a gente conseguiu colher bem e tocamos mais uns dois anos sem fazer investimentos, para ter certeza que era viável, e de 2004 para 2005 a gente viu que a coisa era viável, a gente começou a crescer e investir mais”, contou.

Em 15 anos de atuação na terra do Delta do Parnaíba a empresa cresceu e investiu. “Nós começamos com 3.800 hectares e hoje nós estamos plantando 42 mil hectares. Além disso, a gente implantou indústria, a parte de sementes, então fomos avançando nessa área também”, disse.

Questionei sobre a receptividade do povo piauiense e Seu Cornélio respondeu dizendo que no começo foi difícil convencer a população de que a intenção era de investir no solo do estado. “No começo, quando a gente chegou, o povo daqui achava que a gente era forasteiro que vinha aqui derrubar cerrado, plantar 3 ou 4 anos na área que a gente ia derrubar e depois abandonar as terras, o povo não tinha conhecimento de como isso funciona. Na prática isso não existe, você tem que derrubar o cerrado, investir muito na terra, corrigir o solo todo, porque o solo de todo o cerrado brasileiro é muito pobre, então você tem que corrigir o solo primeiro, aí você leva dois, três anos para produzir bem. Então o povo achava que a gente ia vir aqui só para derrubar o cerrado e é uma coisa que a gente demorou para convencer o povo de que não era assim, que a gente tinha que investir muito antes de conseguir tirar alguma coisa. Hoje sim, eles percebem que não era aquilo, que primeiro a gente tem que gastar muito dinheiro para depois conseguir alguma coisa. Agora está todo mundo sabendo e vendo”, narrou.

O fazendeiro afirmou que o Piauí é um ótimo local para se investir na agropecuária. Suas palavras me lembraram as de Pedro Vaz de Caminha na carta escrita ao rei Dom Emanuel ao chegar no Brasil em 1500, quando ele disse “Em se plantando tudo dá”. Para o descendente holandês, “no Piauí hoje, todas as regiões onde o pessoal está começado essa área agrícola estão indo bem, os trabalhadores estão indo bem, mudou a mentalidade desse povo todo, hoje eles estão conscientes da forma como são feitas as coisas”.

Ele também ressaltou a melhoria de vida da população após a implantação das fazendas. De acordo com ele, no início as pessoas o procuravam pedindo emprego mesmo que fosse para não receber pagamento. “O que avançou essa região...para você ter uma ideia, quando a gente chegou aqui o povo não tinha uma bicicleta para andar, o pessoal chegava aqui pra mim e dizia ‘eu queria trabalhar com vocês, não precisa me pagar salário, só me paga comida e cama que está bom’, era dessa forma que eles chegavam. Hoje eles estão bem, o pessoal conseguiu melhorar suas residências, conseguiram seu carro, sua moto, é difícil um funcionário nosso que não tenha uma moto ou um carro. E assim melhoraram suas casas, a condição das famílias, tudo isso faz parte”, disse orgulhoso.

O Grupo Progresso, que começou empregando 60 funcionários no Piauí e hoje já conta mais de 290 colaboradores distribuídos por todas as unidades no estado, emprega cerca de 500 pessoas entre servidores diretos e indiretos, o que movimenta a economia de toda a região. “Hoje nós estamos construindo, a gente contrata empresas, que contratam o pessoal da região para prestar serviço. Então entre diretos e indiretos a gente está na faixa de 500 funcionários. O município recebe com isso, toda a região é beneficiada com isso”, ressaltou o patriarca da família Sanders.

Perguntei se o Grupo Progresso ainda pretende fazer investimentos nas terras da “Filha do Sol do Equador” e Seu Cornélio foi prudente na resposta. Ele confirmou que tem sim o intuito de expandir seus negócios no Piauí, mas que o momento de crise vivido pelo país exige cautela e que o mais importante é que a empresa não fez nenhuma demissão. “A gente vai expandindo na medida do possível, quando você tem uma crise você tem que dá uma segurada, nesse último ano existe a crise econômica, a crise política e nós tivemos frustração de safra, juntou três problemas em um ano só. Então a gente vai dar uma segurada, mas o que aconteceu, com toda a crise é que a gente não dispensou ninguém, com toda a crise a gente até contratou mais gente, a gente está mantendo nossa equipe, aumentamos um pouco e vamos continuar firmes”, ressaltou.

Meu intuito ao produzir esta pauta era procurar uma pessoa que não nasceu no Piauí, mas que aqui no estado conquistou o sucesso e, consequentemente, ajudou na melhoria das condições de vida do povo. Questionei ao Seu Cornélio se ele considera que se enquadra nesses quesitos e mais uma vez obtive uma resposta sensata. “As coisas não são fáceis, se você não é persistente e lutar muito você não consegue chegar lá. Mas as pessoas que vem, que tem a mentalidade para crescer, para desenvolver, certamente vão bem no Piauí. Eu não me arrependo de ter vindo para cá nunca. Tudo que eu conquistei, que eu consegui produzir, foi com ganho em cima das propriedades daqui”, finalizou. 

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.