O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a indicar nesta sexta-feira (04) que pretende disputar um quarto mandato nas eleições de 2026. Embora ainda não tenha feito um anúncio oficial, o petista tem deixado recados em seus discursos que reforçam sua intenção de permanecer no Palácio do Planalto além do atual mandato.
Durante evento da Petrobras na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na região metropolitana do Rio, o presidente afirmou: “Eles não sabem o que eu estou pensando. Então, se preparem porque, se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”.
Segundo aliados próximos e líderes da chamada “frente ampla”, Lula já confidenciou que deverá se candidatar novamente, caso sua saúde permita. A estratégia do presidente tem sido lançar pistas graduais sobre a candidatura, sem oficializá-la, movimento que se repete desde o início de 2024.

Ao lado da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, Lula também anunciou que a estatal investirá R$ 33 bilhões nos setores de refino e petroquímica, com foco na produção de combustíveis sustentáveis. No mesmo evento, Lula adotou um tom de apaziguamento em relação à recente tensão com o Congresso Nacional, causada pela derrubada de um decreto presidencial que previa o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Após criticar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lula agradeceu ao Parlamento pelas aprovações de pautas econômicas. “Eu sou muito agradecido à relação que eu tenho com o Congresso Nacional. Até agora, nesses dois anos e meio, o Congresso aprovou 99% das coisas que nós mandamos ao Congresso”, afirmou. Para o presidente, divergências fazem parte da política e devem ser resolvidas com diálogo.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu tanto o decreto do Governo Federal que elevava o IOF quanto o ato do Congresso que sustava seus efeitos. Ele convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho, envolvendo representantes do Executivo, Legislativo, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o magistrado, tanto o governo quanto o Congresso podem ter agido fora dos limites constitucionais: o Executivo, ao editar o decreto para fins arrecadatórios, e o Legislativo, ao tentar derrubar um ato de prerrogativa presidencial.
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