Fechar
GP1

Brasil

Mulher mantida sob escravidão volta para casa de desembargador em SC

A vítima é surda e analfabeta, além de ter vivido em um quarto mofado por anos.

Uma mulher de 50 anos, que foi mantida em condições análogas à escravidão por cerca de 40 anos na casa do desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), voltou a morar com ele após uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A vítima, que tem deficiência auditiva e não sabe ler nem escrever, foi resgatada pela Polícia Federal no dia 06 de junho, mas retornou à casa do casal na última quarta-feira (06).

O defensor público William Charley Costa de Oliveira, que apresentou um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir o reencontro, confirmou a informação. Ele disse que o ministro Campbell Marques, do STJ, atendeu ao pedido dos investigados, que alegaram ter uma relação afetiva com a mulher. O ministro considerou os depoimentos colhidos como não criminosos e autorizou o retorno da vítima.

Foto: ReproduçãoDesembargador Jorge Luiz de Borba do TJ-SC
Desembargador Jorge Luiz de Borba do TJ-SC

A mulher tem seis irmãos, que vivem em São Paulo e achavam que ela estaria morta. Ela se comunica por meio de grunhidos e nunca teve acesso a qualquer tipo de educação formal. Segundo a investigação da PF, ela vivia em um quarto mofado, nos fundos da casa do casal, e era submetida a trabalhos domésticos sem remuneração ou direitos trabalhistas.

A PF também apurou que a mulher já teve atendimento médico negado pelos investigados em diversas ocasiões. Ela teria sido levada ao hospital apenas uma vez, quando sofreu um acidente doméstico e precisou levar pontos na cabeça. A vítima também não tinha documentos pessoais e nem conta bancária.

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.