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Saiba quem é o suspeito de participar do ataque hacker ao Banco Central

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, o suspeito confessou que permitiu o acesso de hackers.

A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na noite dessa quinta-feira (3), João Nazareno Roque, funcionário da C&M Software, empresa terceirizada do Banco Central, suspeito de envolvimento no ataque cibernético que desviou centenas de milhões de reais de contas ligadas ao sistema financeiro nacional. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), Roque confessou que permitiu o acesso de hackers ao sistema sigiloso do Banco Central por meio do seu computador. A Polícia Federal também conduz um inquérito paralelo sobre o caso.

O ataque ocorreu na última terça-feira (1º) e comprometeu a infraestrutura da C&M Software, empresa responsável por intermediar a conexão de instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), incluindo operações via Pix e TED. Os criminosos conseguiram invadir contas de liquidação de pelo menos oito instituições financeiras, provocando um efeito em cadeia nos sistemas de pagamento. O desvio de recursos foi realizado de forma rápida e coordenada, o que dificultou a contenção imediata do crime.

Foto: ReproduçãoJoão Nazareno Roque, preso suspeito de participar do ataque hacker ao Banco Central
João Nazareno Roque, preso suspeito de participar do ataque hacker ao Banco Central

As autoridades apuram como as credenciais legítimas dos clientes da C&M foram comprometidas e de que forma o ataque foi executado em tão pouco tempo. De acordo com a investigação, os invasores utilizaram brechas nos sistemas de comunicação entre os bancos e o Banco Central para movimentar altos valores a partir das chamadas “contas reserva”, que funcionam como cofres digitais para a liquidação de operações financeiras entre as instituições.

Somente da empresa BMP, que atua no setor de banking as a service, o prejuízo foi de R$ 400 milhões. A estimativa inicial é de que o total desviado ultrapasse R$ 800 milhões, mas há possibilidade de que o valor chegue a R$ 3 bilhões, segundo fontes ligadas à investigação. Parte do dinheiro foi pulverizada em dezenas de transações simultâneas, o que dificulta o rastreamento e aumenta a suspeita de participação de organizações criminosas especializadas em fraudes digitais.

Como medida emergencial, o Banco Central determinou o desligamento temporário da infraestrutura da C&M Software, o que afetou diretamente o funcionamento do Pix em cerca de 300 instituições financeiras conectadas à empresa. A C&M informou que foi vítima direta do ataque e que colabora com as investigações da Polícia Federal, da Polícia Civil de São Paulo e do próprio Banco Central.

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