A Dívida Bruta do Governo Geral atingiu R$ 9,1 trilhões em abril, o equivalente a 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (30). O percentual representa um avanço em relação a março, quando a dívida correspondia a 75,9% do PIB.
Segundo o BC, a elevação do indicador foi impulsionada principalmente pelos juros nominais apropriados, que tiveram um impacto de alta de 0,7 ponto percentual. Por outro lado, a variação do PIB nominal contribuiu para uma queda de 0,4 ponto percentual no indicador, enquanto a valorização cambial colaborou com uma redução de 0,1 ponto percentual.

O principal fator que pressiona o aumento da dívida pública segue sendo o pagamento de juros. Somente em abril, as despesas com juros somaram R$ 69,7 bilhões. No acumulado de 12 meses até abril, o montante chegou a R$ 928,4 bilhões, o que representa 7,71% do PIB. Já a dívida líquida do setor público totalizou R$ 7,4 trilhões em abril, equivalente a 61,7% do PIB. Em março, o índice estava em 61,6% (R$ 7,3 trilhões), indicando uma leve elevação no período.
O Banco Central também atualizou as chamadas elasticidades da dívida — uma medida que estima o impacto de variações em indicadores econômicos, como câmbio, taxa Selic e inflação, sobre o volume das dívidas líquida e bruta do setor público.
No caso da dívida líquida, uma valorização de 1% no câmbio gera um aumento imediato de 0,07 ponto percentual do PIB, o que corresponde a aproximadamente R$ 8,5 bilhões. Um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, mantido por 12 meses, eleva a dívida em 0,46 ponto percentual (R$ 55 bilhões). Já uma alta de 1 ponto na inflação, nas mesmas condições, representa um aumento de 0,17 ponto percentual, ou R$ 20,3 bilhões.
Em relação à dívida bruta, a valorização de 1% do câmbio provoca uma queda imediata de 0,09 ponto percentual do PIB (R$ 10,7 bilhões). Um aumento de 1 ponto percentual na Selic, mantido por 12 meses, resulta em uma alta de 0,41 ponto percentual na dívida, ou R$ 50 bilhões. Já o mesmo incremento na inflação eleva a dívida bruta em 0,17 ponto percentual, cerca de R$ 20 bilhões.
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