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Teresina - Piauí

Relembre os destaques na trajetória das campanhas eleitorais em Teresina

O GP1 fez um apanhado do que foi destaque no ano decisivo para o PSDB na Capital. Apesar dos pesares, 2020 revelou uma caixinha de surpresas no mundo da política.

Em ano de eleições, as expectativas por mudanças positivas no cenário político aumentam. No ano de 2020, a disputa pelo Palácio da Cidade em Teresina trouxe um embate decisivo e após 30 anos no poder da Capital piauiense, o PSDB teve que ceder o trono e enfrentar uma derrota histórica.

O GP1 fez um apanhado e reuniu os principais acontecimentos que marcaram as campanhas eleitorais pela disputa do comando da Prefeitura Municipal de Teresina. Com o envolvimento maior da população, a capital estava bastante agitada e divida entre dois extremos: a permanência ou não da gestão tucana.

Pré-campanha

Ainda em 2019 já se falava em possíveis nomes para a disputa do comando da Prefeitura de Teresina. Em relação ao candidato do PT, apesar de o então secretário de segurança pública do Piauí, o deputado Fábio Abreu (PL), não pertencer ao partido, o governador Wellington Dias (PT) já vinha demonstrando simpatia por sua candidatura.

No entanto, a possível escolha do nome de Abreu dividiu opiniões no partido: se de um lado simpatizantes acreditavam ser um caminho prudente na outra ponta uma ala do PT defendia uma candidatura própria. E eis que nesse cenário surge o deputado Fábio Novo (PT), o então secretário de cultura do Piauí. A partir daí, a ideia inicial era de que Fábio Abreu viesse a ser o vice na chapa encabeçada por Novo, mas a legenda acabou definindo Fábio Novo como pré-candidato majoritário e Erico Luís como vice. Fábio Abreu terminou fazendo jus à legenda e foi lançado como pré-candidato do PL.

Dificuldade de Firmino em escolher sucessor

Se no PT a discussão em torno da escolha do candidato enfrentava impasses, no PSDB o embate foi ainda maior. Um ano decisivo para o partido que precisava de um nome forte para permanecer no comando da Capital, com um ‘candidato fantasma’ haviam muitas especulações acerca da escolha que deveria partir de Firmino Filho. Em janeiro de 2020, o senador Ciro Nogueira, da base de Firmino, revelou uma extensa lista que tinha como principais nomes: o ex-prefeito Silvio Mendes, o então secretário de governo Fernando Said, o secretário Marco Antônio Ayres, Washington Bonfim, Charles da Silveira e o professor Kleber Montezuma. Pouco depois o nome do superintendente Evandro Hidd (PDT) também entrou na lista.

Foto: Alef Leão/GP1Firmino Filho
Firmino Filho

Apesar da variedade de nomes, as expectativas conspiravam para a escolha do ex-prefeito Silvio Mendes, tendo como vice o ex-senador João Vicente Claudino. Mendes era cotado o nome mais forte da lista para continuar o império do PSDB na Capital, que se mantinha no poder há mais de 30 anos. Em fevereiro, os ventos começaram a soprar favoráveis à Montezuma, tendo como principal vantagem as simpatias do prefeito Firmino Filho e da deputada Lucy Soares. Em março, o professor Kleber Montezuma foi anunciado oficialmente como pré-candidato à Prefeitura de Teresina pelo PSDB. Bem mais tarde, em setembro e faltando poucos meses para as eleições, o suplente de vereador R. Silva foi anunciado como pré-candidato a vice no PSDB.

A pedra no caminho do PSDB

Já o MDB, partido que conseguiu tirar o PSDB de reta, sempre esboçou simpatia pelo nome do ex-deputado estadual Dr. Pessoa. Ainda em agosto de 2019, Pessoa se filiou ao partido para concorrer à Prefeitura de Teresina nas Eleições de 2020. Desde o início o emedebista falava em ter Robert Rios Magalhães como vice, a palavra foi mantida e a chapa foi formada com o aval do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho, do senador Marcelo Castro e do presidente da Câmara de Teresina, Jeová Alencar.

Sorte lançada

Após um período de indefinições, em meados de março, começaram a aparecer as primeiras confirmações que restavam. Em Teresina, colocaram-se como pré-candidatos na disputa pelo Palácio da Cidade além de Kleber Montezuma (PSDB), Dr. Pessoa (MDB), Fábio Novo (PT) e Fábio Abreu (PL), os candidatos Fábio Sérvio (PROS), Gessy Fonseca (PSC), Simone Pereira (PSD), Major Diego (Patriota), Gervásio Santos (PSTU), Lourdes Melo (PCO),Lucineide Barros (PSOL), Pedro Laurentino (Unidade Popular) e o jornalista Mário Rogério (Cidadania). Até setembro de 2020, o pré-candidato do PSC era o advogado Valter Alencar.

Foto: GP1Candidatos à Prefeitura de Teresina
Candidatos à Prefeitura de Teresina

Saída de Valter Alencar como pré-candidato do PSC

Em junho de 2020, o advogado Valter Alencar, que era cotado como pré-candidato a prefeito de Teresina pelo PSC, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investigava o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. O advogado era ex-assessor especial de Witzel e seu nome constava em um inquérito que apurava a nomeação de funcionários fantasmas para desviar recursos públicos que deveriam ser destinados à saúde.

Foto: Alef Leão/GP1Valter Alencar
Valter Alencar

A investigação apontava que os funcionários nomeados seriam parentes ou teriam algum tipo de ligação com Valter Alencar e com o PSC, mantendo suas atividades no Piauí com empregos remunerados, o que reforçaria a suspeita de que seriam fantasmas.

Meses depois, em meados de setembro, surge a empresária Gessy Fonseca que assumiu o posto de pré-candidata do PSC, após o episódio polêmico envolvendo o nome de Valter Alencar. Com apenas 29 anos, Gessy estrearia no mundo da política e ninguém imaginava que ela viesse a ser a grande revelação das eleições de 2020 em Teresina.

Pesquisas eleitorais

O Instituto GP1 realizou uma série de pesquisas eleitorais ao longo do ano. Em todas, o candidato do MDB, Dr. Pessoa, se manteve no topo das intenções de voto tendo até mesmo chegado a liderar em todas as regiões de Teresina.

Foto: Lucas Dias/GP1Dr. Pessoa
Dr. Pessoa

Em contrapartida, Kleber Montezuma (PSDB) estava em um cenário crítico, vindo a cair nas intenções de voto a cada nova pesquisa. Em novembro, mês em que ocorreu a votação, Montezuma chegou a ocupar a posição de candidato mais rejeitado em Teresina. No mesmo páreo estava o ex-secretário de segurança pública do Piauí, Fábio Abreu (PL), que também pontuou no ranking dos mais rejeitados.

Gessy é a nova sensação

A situação foi ficando cada vez pior para o candidato tucano no período de setembro a novembro, quando deram início aos debates políticos televisionados. Já enfraquecido, eis que uma nova personalidade ganha lugar de destaque: Gessy Fonseca.

Foto: Alef Leão/GP1Gessy Fonseca, candidata a prefeita de Teresina pelo PSC
Gessy Fonseca, ex-candidata a prefeita de Teresina pelo PSC

A estreante que foi considerada a grande revelação destas eleições, vinha sempre com questionamentos e afrontes que deixavam Kleber em uma saia justa. Com isso, a candidata do PSC foi ganhando espaço e já era cotada até mesmo como um possível nome que disputaria com Dr. Pessoa em um eventual segundo turno.

Ao mesmo, a assistente social Simone Pereira (PSD) também vinha se destacando com suas ‘tiradas’ para lá de sarcásticas no candidato do Firmino.

Reta final

Ânimos acirrados na primeira quinzena de novembro, mês escolhido pelo Tribunal Superior Eleitoral TSE) para a votação, que aconteceu nos dias 15 (1° turno) e 29 (2° turno). Na reta final das campanhas eleitorais em Teresina, já era possível desenhar o segundo turno. No dia 15 de novembro de 2020 foram computados mais de 446.778 votos na capital. Ao final da apuração, surge a confirmação do cenário já esperado: Dr. Pessoa e Montezuma disputam o 2° turno pelo comando da prefeitura municipal.

Com 142.769 votos, Dr. Pessoa ficou em primeiro lugar com 34,53% do total, seguido de Kleber Montezuma com 110.395 votos, 26,70% do total. A grande surpresa foi Gessy Fonseca (PSC), que acabou conquistando o terceiro lugar, com 50.221 votos, 12,14% do total. Fábio Novo (PT) vem em quarto, com 47.573 votos (11,50%). Em quinto lugar ficou Fábio Abreu (PL), com 29.037 votos (7,02%).

Logo após ser anunciado o novo cenário de disputa, partidos e lideranças políticas iniciaram diálogo a fim de definirem qual lado apoiar na corrida rumo ao Palácio da Cidade. Dr. Pessoa foi o candidato que mais aglutinou apoiadores, um dos primeiros foi o governador Wellington Dias e embora o PT tivesse decidido apoiar o MDB, Fábio Novo não quis se manifestar. O apoio por parte de Gessy Fonseca era bastante esperado, tendo em vista a boa expressividade de votos que teve no 1° turno. Ela foi o outro apoio conquistado por Pessoa. Os ex-candidatos Fábio Abreu e Simone Pereira também marcharam com o MDB.

Já o tucano recebeu a menor parcela de adesões. Dentre os candidatos que não conseguiram chegar ao segundo turno, somente o jornalista Mário Rogério, do Cidadania, declarou apoio ao PSDB nessa nova etapa da disputa.

Fim da era tucana

No dia 29 de novembro de 2020 Dr. Pessoa (MDB) era anunciado como prefeito eleito da cidade de Teresina, com mandato a partir de 1° de janeiro de 2021. Como já vinha sendo dito nas pesquisas eleitorais do Instituto GP1, o emedebista teve expressiva votação e garantiu 236.339 votos, 62,31% do total computado na capital, pondo fim a um ciclo de quase 30 anos com os tucanos no poder.

Foto: Marcelo Cardoso/GP1Dr. Pessoa e Kleber Montezuma
Dr. Pessoa e Kleber Montezuma

Montezuma levou 142.941 votos, 37,69% dos 420.177 registrados nas urnas de Teresina. Uma derrota amarga para o PSDB, sobretudo para o atual prefeito, Firmino Filho, que carregava a responsablidade de eleger um sucessor. Firmino foi o tucano que passou mais tempo no comando do Palácio da Cidade exercendo ao todo quatro mandatos, passando agora o bastão para o MDB.

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