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Teresina - Piauí

Rômulo Cordão critica soltura de presos da Operação Sesmaria

Os alvos da operação são suspeitos de praticar crimes de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, peculato e formação de quadrilha.

Em entrevista ao GP1 o promotor Rômulo Cordão, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), confirmou que o desembargador Joaquim Santana, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ/PI), por meio de uma decisão monocrática realizada nesse domingo (05), decidiu soltar os suspeitos que foram presos na Operação Sesmaria que foi deflagrada nessa última sexta-feira (03).

O promotor Rômulo Cordão disse ao GP1 o que motivou a decisão do desembargador Joaquim Santana, que atua na 2º Câmara Especializada Criminal do TJ. “A decisão foi simplesmente porque o desembargador disse que como o crime não foi cometido com violência ou grave ameaça, por essa razão não tinha motivos para manter eles presos provisoriamente”, informou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Rômulo CordãoRômulo Cordão

“Pela decisão dele, só quem fica preso é homicida, é ladrão, ou seja, são pessoas da classe baixa que cometem esses crimes violentos. Então ricos que cometem crimes de peculato, corrupção ou lavagem de dinheiro não precisam ir pra cadeia, não tem violência e nem grave ameaça que pese o mal que traz essas consequências, que são muito piores que um homem que pega uma arma de fogo e faz isso, porque é um mal coletivo para a sociedade toda. Ele prejudicou a imagem do judiciário como juiz. A credibilidade do Piauí na questão fundiária é colocada em cheque. Agentes públicos são cooptados através da corrupção. O cargo da envergadura de juiz é exposto e várias pessoas são lesadas e o próprio Estado. Discordamos totalmente dessa posição, inclusive, se fosse para soltar por essa razão, na Lava Jato é pra soltar todo mundo porque o Marcelo Odebrecht nunca pegou em uma arma e nem os outros”, disse o promotor.

Na operação foram presos operação os advogados Linconl Hermes Saraiva Guerra e Manoel de Sousa Cerqueira; o agrimensor José Robert Leal Rocha e o juiz aposentado Cícero Rodrigues, que atuava como advogado. Todos os envolvidos estavam presos temporariamente no Quartel do Corpo de Bombeiro do Piauí.

“A prisão deles era temporária, de cinco dias, terminava amanhã. E não descartamos a possibilidade de outra prisão preventiva, porque ele [Cícero Rodrigues] responde por muitos fatos, vindo de outras Comarcas, de outros estados do Brasil. Por esse processo não vou pedir a prisão preventiva dele [Cícero Rodrigues], porque o Tribunal já soltou, agora por outros fatos pode ser que sim”, finalizou.

De acordo com promotor Rômulo Cordão, da GAECO, provavelmente, os suspeitos que foram presos na Operação Sesmaria já foram soltos, pois assim que é dada a decisão ela deve ser cumprida, mesmo que seja no final de semana.

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