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Sílvio Mendes defende uso da hidroxicloroquina: 'se for preciso usarei em mim'

O ex-presidente da FMS ainda se reportou aos que censuram o uso da medicação e afirmou que os “incrédulos” criticam, mas não apresentam soluções para a doença.

O ex-prefeito de Teresina e ex-presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) da Capital, Sílvio Mendes (Progressistas), disse ao GP1 nesse domingo (17), que é a favor do protocolo adotado pela médica Marina Bucar e pelo corpo médico do Hospital Tibério Nunes em Floriano, que consiste no uso da hidroxicloroquina e azitromicina em pacientes com Covid-19 ainda no início da doença.

Sílvio, que também é médico, foi categórico ao afirmar que usaria o protocolo nele e na família, se necessário fosse. “Esse protocolo tem evoluído com os conhecimentos, com a variação e complexidades de cada infectado, como as morbidades associadas (obesidade, idade, diabetes, entre outros). Sou a favor desse protocolo. Se for preciso, usarei em mim e na minha família”, garantiu Sílvio.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1Sílvio MendesSílvio Mendes

O ex-presidente da FMS ainda se reportou aos que censuram o uso da medicação e afirmou que os “incrédulos” criticam, mas não apresentam soluções para a doença. Sílvio contou também que tem acompanhado os resultados do protocolo de Floriano e garantiu que está convicto dos resultados positivos aos pacientes.

“[Sou a favor do protocolo] por convicção, após acompanhar os resultados dela e dos que conseguiram bons resultados lá e por nossas bandas. Os incrédulos não apresentam alternativas. Que se dê o direito às pessoas que acreditam e as condições aos médicos, como ato privativo deles”, lamentou Mendes.

Conheça o protocolo

O protocolo com uso da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, foi desenvolvido pela médica piauiense Marina Bucar Bajurd e foi testado em Madrid, na Espanha, onde a profissional atua. Com eficácia já comprovada no país europeu, o protocolo que vem salvando vidas contou com a colaboração dos médicos José Wilson Fonseca Filho, Gerson L. Medina Prado, Alexandre Adad Alencar, Sabas Carlos Vieira, e da médica Lina Madeira Campos Melo.

O protocolo foi desenvolvido pela médica piauiense Marina Bucar Bajurd e foi testado em Madrid, na Espanha, onde a profissional atua. Com eficácia já comprovada no país europeu, o protocolo que vem salvando vidas contou com a colaboração dos médicos José Wilson Fonseca Filho, Gerson L. Medina Prado, Alexandre Adad Alencar, Sabas Carlos Vieira, e da médica Lina Madeira Campos Melo.

“O conhecimento acumulado pelos médicos que estão há cerca de dois meses atendendo pacientes com Covid-19 em outros países e relatos de colegas do Brasil levaram um grupo de médicos do Piauí a elaborar e propor a implantação deste protocolo no Piauí”, justifica a médica na introdução do documento.

Objetivos

O principal objetivo elencado no protocolo é o de estabelecer o tratamento de casos de covid-19 com hidroxicloroquina e azitromicina o mais precocemente possível, ainda na fase infecciosa, pois, segundo os médicos, “no momento que se inicia a fase inflamatória da doença, a condição do paciente se deteriora rapidamente e muitos irão necessitar de leitos em Unidade de Terapia Intensiva, os quais podem se tornar insuficientes, segundo as projeções do Ministério da Saúde”.

Evidências na literatura

No documento, os médicos citaram inúmeras referências de estudos que apontam a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus. Dentre os ensaios mencionados, está um realizado pelo grupo de colaboração multicêntrica do Departamento de Ciência e Tecnologia da província de Guangdong e da Comissão de Saúde da província de Guangdong. Tal pesquisa aponta que o uso da hidroxicloroquina em pessoas diagnosticadas com pneumonia em decorrência por coronavírus melhora a taxa de sucesso do tratamento, diminui o tempo médio de internação e diminui a probabilidade de sequelas (principalmente respiratórias) nos pacientes.

“A fim de orientar e regular o uso de cloroquina em pacientes com pneumonia pelo SARS Cov 2, o grupo chinês desenvolveu um documento de consenso, após extensa discussão, onde recomenda comprimidos de fosfato de cloroquina para pacientes diagnosticados como casos leves, moderados e graves de pneumonia pelo novo coronavírus e sem contraindicações à cloroquina”, consta no documento.

Os médicos também citaram estudos brasileiros. “Dois estudos randomizados brasileiros estão em andamento. Um já iniciou (Coalisão Brasil 2) e está registrado no ClinicalTrials.gov. É um estudo randomizado que está comparando hidroxicloroquina versus hidroxicloroquina e azitromicina com previsão de término do estudo em 30.08.2020, segundo o site do ClinicalTrials. O outro estudo brasileiro é o RBR-3cbs3w que irá recrutar pacientes ambulatoriais com doença leve, desenhado para incluir 1.300 pacientes, randomizando para hidroxicloroquina versus controle”, diz o protocolo.

Diretrizes

O protocolo estabeleceu sete pontos a serem considerados no tratamento de coronavírus: sintomas clínicos; orientações à população; avaliação médica no pronto atendimento; considerações sobre exames; terapia recomendada; terapia de acréscimo; e orientações pós-prescrição. Vejamos cada uma delas:

Sintomas clínicos

Febre, tosse seca, cefaleia (dor de cabeça) persistente, desconforto na garganta, mialgia (dor muscular), astenia (perda ou diminuição da força física), náuseas, vômito, diarreia, anosmia (perda do olfato) e ageusia (perda do paladar). Esses são os principais sintomas clínicos apresentados por pessoas infectadas pelo vírus.

Orientações gerais à população

O protocolo diz que é necessário procurar assistência médica em caso de febre e dois ou mais sintomas dentre os mencionados, que persistam sem melhora por mais de 3 ou 4 dias. Se a febre desaparecer, mas os outros sintomas não melhorarem, pode ser um dos sinais de que o paciente está entrando na fase de inflamação e requer atenção redobrada do médico para não perder a janela de oportunidade do tratamento precoce.

Avaliação médica no pronto atendimento

Segundo o protocolo, é ideal que seja realizado em cada caso uma avaliação clínica, radiológica e laboratorial. “Caso seja impossível a realização de todos os exames ideais, considerando a situação de pandemia e o risco de evolução desfavorável e rápida, recomendamos esclarecimento ao paciente e familiares e solicitação de assinatura de consentimento informado para instituir tratamento precoce com hidroxicloroquina e azitromicina”, diz o documento.

Considerações sobre exames

O protocolo aponta os principais exames a serem realizados nos procedimentos em pacientes com covid-19. Pessoas do grupo de risco devem ter exames laboratoriais básicos realizados: hemograma, eletrólitos, glicemia, GAMA-GT, PCR, transaminases, ureia e creatinina, além de eletrocardiograma, raio-x ou tomografia do tórax.

Terapia recomendada

- Hidroxicloroquina
Tal medicamento deve ser administrado pelos médicos por sete dias. No primeiro dia, o paciente vai ingerir 400mg do medicamento via oral, de 12 em 12 horas. Do segundo ao sétimo dia, 400mg uma vez ao dia.

- Azitromicina

Essa substância deverá ser tomada por cinco dias, 500mg por dia O esquema pode ser somente de três dias nos casos leves.

Terapia de acréscimo

O protocolo também apresenta uma terapia de acréscimo a base de heparina e enoxaparina, que devem ser administradas conforme o peso de cada paciente, caso necessário.

Vale ressaltar que todos esses medicamentos só podem ser ingeridos sob prescrição médica, além disso, a comercialização destas substâncias é controlada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Orientações pós-prescrição

- Pacientes estáveis, sem dispneia ou alterações radiológicas e sem comorbidades, podem ser encaminhados para o domicílio com esquema terapêutico prescrito;

- Orientação de manutenção de isolamento social e domiciliar por 14 dias, usar quarto e banheiros próprios, separar objetos de uso pessoal de outros moradores;

- Manter monitoramento e vigilância à distância via mensagens, ligações ou telemedicina;

- Retornar ao serviço médico, caso ocorram sinais de piora clínica.

Anexado ao protocolo está um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que deve ser assinado por cada paciente que for submetido ao tratamento à base de hidroxicloroquina.

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