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Teresina - Piauí

Covid-19: médica Rejane Prestes afirma que serviço de saúde de Teresina entrou em colapso

A médica intensivista, que atua em UTIs dos hospitais da capital, afirmou que a situação é caótica e que pacientes com covid-19 já aguardam em fila por leitos.

Nesta terça-feira (09) o GP1 teve acesso a um áudio compartilhado em grupos de WhatsApp que acende o sinal vermelho para a situação da pandemia da covid-19 em Teresina. A médica intensivista Rejane Martins Prestes Barbosa, que atua em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de hospitais da capital, fez um desabafo e afirmou categoricamente que a rede municipal de saúde está colapsada.

No áudio de aproximadamente dois minutos, a médica relata a situação calamitosa na qual se encontram os hospitais de Teresina. “A situação em Teresina está caótica, a fila do SUS tem 53 pacientes aguardando leitos de UTI, o serviço de saúde de Teresina colapsou”, declarou na mensagem.

Na mesma gravação, a especialista fala da necessidade de as pessoas ficarem em casa para evitar a disseminação do coronavírus. “Não dá para sair de casa, tem que ser instituído lockdown agora. Não tem leito, nem no público nem no privado, a situação está crítica, é desesperador. O [Hospital] Getúlio Vargas ia abrir 10 leitos essa semana, mas já abriu ontem, estão com 50 leitos, porque ontem tinham 39 pacientes na fila. Só ontem foram admitidos 11 pacientes lá, tinham 39 e hoje já pulou para 53, agora de manhã, então a situação está crítica, estou pedindo a oração de todo mundo”, enfatizou.

Em entrevista ao GP1 na noite desta terça (09), a médica Rejane Prestes reafirmou o que já havia dito na mensagem de áudio. “Aquele áudio só demonstra o meu sentimento de muita angústia em relação a situação em que está a pandemia no Piauí. Muito diferente do ano passado, os números estão piores, a gente não tem leitos extras na rede pública e a rede privada está colapsada, o que os planos de saúde remuneram os hospitais para cobertura de custos é insuficiente, não tem como se dar um atendimento em uma pandemia na qual os pacientes necessitam de ventilação mecânica prolongada”, colocou.

Filas de espera

Rejane Prestes disse que as filas de espera por leitos já são uma realidade. “É real, se forem nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] do Promorar, do Renascença, até o Hospital da Primavera, que não é referência para covid-19 está cheio, porque como a rede está colapsada não tem como transferir os pacientes. Tem paciente recebendo oxigênio sentado em uma cadeira, é dramática a situação, estamos no caos, além de ter óbitos por conta da doença, que é extremamente grave, muitos pacientes [com outros problemas de saúde] vão a óbito porque não vão ter sequer a oportunidade de serem tratados”, reforçou.

Reforço na rede de saúde

Questionada sobre a necessidade de medidas restritivas, a médica falou que elas são necessárias, mas o vírus já se espalhou de tal forma, que agora o crucial é o reforço na rede de saúde, para evitar mais mortes. “Esse é um ponto [medidas restritivas], mas o vírus já está disseminado, o outro ponto é oferecer um serviço de saúde para quem está doente e isso é o que está mais urgente nesse momento, é óbvio que não podemos mais fazer festas, mas precisamos dar assistência em saúde para a população”, finalizou.

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