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Teresina - Piauí

Presos na Operação Prodígio são indiciados por golpe contra engenheiro no Piauí

O filho do engenheiro também foi indiciado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), através do delegado Kleydson Ferreira, indiciou novamente Marcelo de Sousa Almeida e Ilgner de Oliveira Bueno Lima. Desta vez, eles foram indiciados por furto qualificado que teve como vítima o servidor público federal e engenheiro agrônomo José Onofre da Silva.

O inquérito, concluído na última sexta-feira (09), indiciou ainda Glendeson Kayan Oliveira Mendes e Gustavo Rocha e Silva, filho da vítima.

Foto: ReproduçãoIlgner Bueno, Marcelo Sousa, Gustavo Rocha (filho da vítima) e Glendeson
Ilgner Bueno, Marcelo Sousa, Gustavo Rocha (filho da vítima) e Glendeson

Marcelo e Ilgner foram presos em setembro de 2023, durante a Operação Prodígio, acusados de aplicar golpe de R$ 5 milhões contra o Santander no Piauí.

Investigação

O inquérito foi aberto em 06 de setembro de 2023 visando apurar crime de furto qualificado praticado contra José Onofre da Silva no dia 17 de setembro de 2022.

Segundo consta nos autos, no dia 03 de outubro de 2022, a vítima, após verificar a fatura do cartão, tomou conhecimento de uma compra indevida realizada no cartão de crédito, no valor de R$ 18 mil. Por não reconhecer a compra, o engenheiro entrou em contato com a instituição financeira e em resposta o Mercado Livre informou que o pagamento foi feito em nome de Glenderson Kayan Oliveira Mendes e que teria ocorrido de forma presencial, com uso de senha.

Investigado apresentou três versões

Durante as investigações, Glenderson Kayan foi ouvido por duas vezes, ocasião em que apresentou versões distintas. No primeiro interrogatório foi apresentada uma versão inicial com a negativa na participação do crime, porém logo depois o investigado afirmou falsamente que o responsável pela transação teria sido seu compadre, que negou qualquer participação na ação criminosa, razão pela qual foi procedido um segundo interrogatório de Glenderson Kayan.

No novo interrogatório, Glenderson apresentou uma terceira versão em que afirmou que o responsável pelo crime teria sido Ilgner Bueno, que negou participação no furto qualificado.

O que disse Ilgner

À polícia, Ilgner Bueno declinou a participação de três pessoas: Marcelo de Sousa Almeida, Glendeson Kayan Oliveira Mendes e Gustavo Rocha e Silva, filho da vítima. Ele ainda mencionou que é amigo de Glendeson e que Marcelo intermediou o contato entre Glendeson e Gustavo para passar o cartão, inclusive, falou que anteriormente já havia repassado cartões com Glendeson em troca de recebimento de dinheiro.

Após algumas diligências verificou-se que Gustavo, na companhia de Glendeson, Marcelo e Ilgner foram responsáveis pelo crime investigado.

Oitiva de Gustavo

Além de confessar a prática do crime, Gustavo disse que Marcelo se apresentou como sócio de Ilgner e propôs que ele conseguisse um cartão de crédito de terceiro para passar em uma máquina e assim obter ganho financeiro indevido.

Conforme Gustavo, após conseguir o cartão do pai e a senha, ele marcou um encontro para realizar a operação, quando foi debitado o valor de R$ 18 mil, que foi dividido entre os quatro indiciados: Gustavo, Ilgner, Marcelo e Glendeson.

Prisões

Em virtude da investigação, a polícia requereu as prisões preventivas e mandados de busca e apreensão contra Marcelo e Glendeson, que foram concedidos pela Justiça.

Os mandados foram cumpridos apenas contra Marcelo, que foi preso no dia 31 de janeiro deste ano. Já Glendeson encontra-se foragido.

Operação Prodígio

A Superintendência de Operações Integradas - SOI, em conjunto com as Diretorias de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil do Piauí, deflagrou nas primeiras horas do dia 5 de setembro de 2023 a “Operação Prodígio” para dar cumprimento a 25 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão temporária nas cidades de Teresina, Floriano, Amarante e Nazaré do Piauí, contra um grupo acusado de atuar em um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões ao Santander.

Conforme as investigações, desse valor, R$ 5 milhões são relacionados a fraudes praticadas em contas bancárias de agências localizadas no Piauí. A fraude consistia na cooptação de pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente. Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima.

Denúncia

O Ministério Público do Estado do Piauí denunciou 31 pessoas acusadas de aplicarem golpe milionário no banco Santander, pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia foi assinada pela promotora de Justiça Francineide da Silva Sousa, no dia 9 de outubro. A quadrilha é suspeita de causar um prejuízo de R$ 5 milhões em agências do banco no Piauí. Ao todo, o esquema de fraude bancária causou um rombo de R$ 19 milhões em agências espalhadas pelo Brasil.

Foram denunciados: Anderson Ranchel Dias de Sousa, Ângela Marques de Almeida Terto, Ariosvan Lopes Pereira, Diana Mayara da Costa Reis, Dimona Cibele de Andrade Miranda, Eristay Cantuario Oliveira, Erisvelton Felipe Oliveira Santos, Handson Ferreira Barbosa, Ilgner de Oliveira Bueno Lima, João Gabriel Vieira Leal dos Santos, José Iann da Penha Passos, Juliana Maciel Aires, Kamila Thayline de Oliveira Gomes, Liedson Ribeiro da Costa, Louise Raquel Cardoso de Sousa, Marcelo Cristian Gomes Silva, Marcelo de Sousa Almeida, Maria Aparecida da Costa Morais, Rafael Soares de Oliveira, Raimundo Isaias Lima, Ramon Vitor Lopes Gomes, Rennan Erick de Oliveira Sousa, Sávio Máximo de Sousa Andrade, Simplício da Silva Santos, Tairo Nunes da Silva, Taise Nunes da Silva, Tiago de Carvalho Santos, Vinícius de Morais Sousa, Vitoria Ferreira do Nascimento, Wanderson Santos Queiroz e Washington Silva de Santana.

Segundo informações da Polícia Civil do Piauí, a organização criminosa é formada por 117 pessoas, e teria como líder Anderson Ranchel Dias de Sousa, que, juntamente com a esposa, a fonoaudióloga Ângela Marques de Almeida Terto, o empresário Ilgner de Oliveira Bueno Lima, e o pai dele Raimundo Isaías Lima, são investigados por terem envolvimento direto na fraude.

A denúncia foi recebida pelo juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, no dia 9 de outubro de 2023.

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