A segunda saída de Charles Silveira do cargo de presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), em apenas seis meses, reacendeu questionamentos sobre a condução política e administrativa da área da saúde na gestão do prefeito Sílvio Mendes. A instabilidade no comando da pasta ocorre em um momento particularmente delicado para a capital, em meio a denúncias de falta de medicamentos, carência de insumos básicos e crescente insatisfação popular.
Diante do episódio, o vereador Eduardo Draga Alana elevou o tom das críticas ao Executivo municipal, questionando os reais motivos por trás das repetidas exonerações de um quadro técnico como Charles. Em pronunciamento, Draga Alana afirmou que a saúde de Teresina se transformou em palco de disputas políticas internas, em detrimento da população.

“Se nem quem tem perfil técnico consegue permanecer no cargo, é porque há algo muito errado por trás disso”, avaliou.
O parlamentar também insinuou que as saídas sucessivas podem ter relação com interferências externas e disputas por poder nos bastidores da administração municipal. “Interferência? Disputa de poder? Enquanto isso, quem sofre é o povo. A saúde virou palco político. E o resultado é uma tragédia anunciada.”
As críticas do vereador ganham força em um contexto em que a saúde municipal enfrenta denúncias recorrentes de desabastecimento, longas filas de atendimento e precariedade nos serviços. O episódio reforça a percepção de que o governo de Sílvio Mendes carece de uma estratégia clara para a área, bem como de maior capacidade de articulação para manter técnicos qualificados e minimizar o desgaste político provocado por essas crises.
A substituição no comando da FMS, em um cenário de fragilidade institucional e de pressões crescentes da sociedade e do Legislativo, representa mais um desafio para a gestão municipal, que precisa reverter rapidamente a instabilidade para recuperar a confiança de aliados e, sobretudo, da população.
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