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Francisco de Jesus destaca repercussão de caso de agressão no BBB

O caso envolvendo o Big Brother Brasil ganhou bastante repercussão, pois aconteceu diante de várias câmeras.

Recentemente alguns casos de violência contra a mulher envolvendo pessoas públicas estão ganhando destaque na mídia nacional. Casos como o do cantor Victor, acusado de agredir a esposa grávida, do ator José Mayer, acusado de assediar a figurinista Susllem Tonani, e o mais recente envolvendo Emily Araújo e Marcos Harter, participantes do Big Brother Brasil, são os mais recentes.

  • Foto: Instagram/Marcos Harter/Tv GloboMarcos Harter e Emilly AraújoMarcos Harter e Emilly Araújo

Em entrevista ao GP1, o promotor Francisco de Jesus, do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), afirmou que a mídia social tem sido uma importante ferramenta para divulgação dos casos e principalmente como forma de cobrar das autoridades uma resposta efetiva.

O caso envolvendo o Big Brother Brasil ganhou bastante repercussão, pois aconteceu diante de várias câmeras. Foi feita campanha na internet para a saída do participante Marcos, que teve que prestar depoimento para uma delegada. A Rede Globo anunciou na segunda-feira (10) a saída de Marcos.

“Ontem através do programa Big Brother veio à tona o que ocorre relacionado à violência contra a mulher. Você vê que isso vem de pessoas que são médicos, engenheiros, lavradores, é o machismo carregado em toda a sociedade. E dali você pode extrair que a vítima tem dificuldade de se reconhecer como vítima. Onde fica colocando desculpas para ajudar o agressor. Então eu vejo que houve um chamamento social, onde foram relatados os casos. Esse tipo de situação ocorre no dia a dia de cada mulher que sofre violência”, afirmou.

  • Foto: Bárbara Rodrigues/GP1Francisco de Jesus, promotor de justiçaFrancisco de Jesus, promotor de justiça

Ele acredita que esse tipo de repercussão ajuda as mulheres que são vítimas de violência a denunciarem. “Sim [ajuda]. Acho que inclusive é um marco no avanço da Lei Maria da Penha, porque como é um programa que tem um grande alcance de público e a repercussão serviu para alertar, inclusive as autoridades. Quando é que se imaginava que você teria uma delegada que fosse ingressar dentro da própria instituição Globo? Ela foi pelo seu ofício, mas também pela pressão da sociedade, pelas redes sociais que cobraram uma atitude”, disse o promotor.

Francisco de Jesus acredita que as redes sociais podem ajudar ainda mais a causa. “As mídias sociais tornam o conhecimento mais rápido e de forma mais fidedigna em relação aos fatos principalmente relacionado à violência contra a mulher. Inclusive o Ministério Público do Piauí desde 2007 já trabalha com as redes sociais, temos uma página no Facebook, o  Promotorias da Mulher no Piauí, temos um canal no Youtube e uma página no Instagram. A cada faculdade que nós trabalhamos temos um grupo no Whatsapp e assim nós compartilhamos através das redes sociais”, disse.

  • Foto: Reprodução/TwitterMarcos encurrala e intimida Emilly durante discussão no BBB17, no último sábadoMarcos encurrala e intimida Emilly durante discussão no BBB17, no último sábado

Outro grande problema que as mulheres enfrentam, é que mesmo ela sendo vítima de violência, há quem diga que ela é culpada. Culpar a vítima tem sido algo recorrente e para o promotor, a cultura machista ajuda nesse tipo de pensamento.

“Essa desconstrução do machismo, é uma desconstrução lenta. Temos no machismo uma cultura secular, então não se descontrói essa cultura da noite pro dia. É uma resistência que se tem no dia a dia. De achar que a vítima é sempre culpada. Eu dou como exemplo, é que quando a mulher é vítima de um estupro, ás vezes alguém diz que ela usava tal roupa e pediu para ser estuprada. Ora, tem homens que andam sem camisa e nem por isso pedem para serem estuprados. Porque uma mulher que anda com roupa curta pede para ser estuprada? Essa é a cultura machista que encontra resistência. Nós como aplicadores da lei, temos o papel de conscientizar que a cultura machista agride a sociedade todos os dias. O machismo mata todos os dias, as mulheres estão morrendo dentro de casa. A maioria dos óbitos de feminicídio está ocorrendo dentro do lar. Então vamos continuar enfrentando isso”, finalizou o promotor ao GP1.

  • Foto: Facebook/Jornal Meia HoraJornal Meia Hora dá destaque ao casoJornal Meia Hora dá destaque ao caso

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