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Política

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann viram réus na Lava Jato

Casal deve responder pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann se tornaram réus nesta terça-feira (27), no Supremo Tribunal Federal (STF), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com informações da Veja, a denúncia foi aceita pela Segunda Turma da corte por unanimidade, de 5 votos a 0.

Bernardo e Gleisi são investigados por suposto recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. O dinheiro supostamente seria usado para abastecer a campanha eleitoral da senadora em 2010.

Paulo Bernadro, ministro do Planejamento no governo Lula e ministro das Comunicações no governo Dilma, é acusado de ter orquestrado um esquema milionário de desvio de dinheiro no Ministério do Planejamento quando ocupava a pasta. Já Gleisi, é acusada de receber R$ 1 milhão desviados da Petrobras, dinheiro este, que seria repassado por doleiros.

  • Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoGleisi HoffmannGleisi Hoffmann

Em defesa, os advogados de Paulo Bernardo afirmaram que a inocência de Paulo Bernardo será provada ao longo do processo.  “O Supremo Tribunal Federal limitou-se a discutir os aspectos formais da denúncia, sem se aprofundar na análise de provas. Ao longo da instrução restará demonstrada a não participação de Paulo Bernardo nesses fatos”.

Confira nota da senadora Gleisi Hoffmann:

Embora nutra respeito pela Justiça de nosso País, é com profunda tristeza que recebo a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar a denúncia formulada contra mim e meu marido pela Procuradoria Geral da República.

Em seu voto, o ministro relator Teori Zavascki concluiu dizendo que não dá para ter certeza de que os fatos ocorreram, mas que nesse momento basta uma dúvida razoável para aceitar a denúncia. Agora, pelo menos terei, no julgamento do STF, o benefício da dúvida. Estou ciente de que o Supremo Tribunal Federal, ao analisar com profundidade o que foi apresentado nos autos, saberá julgar com serenidade, imparcialidade e isenção esse processo. Tais requisitos faltaram em outras instâncias. Por isso, vejo a decisão desta terça-feira como uma nova oportunidade de provar, sem sombra de dúvidas, a nossa inocência.

Desde o início desse lamentável episódio, quando injustamente fomos indiciados pela Polícia Federal, insistimos à exaustão que não há uma única prova concreta que aponte o recebimento de recursos ilícitos para minha campanha ao Senado, em 2010.

Como o meu advogado Rodrigo Mudrovitsch voltou a enfatizar hoje da tribuna do STF, a denúncia da PGR se baseia unicamente em questionáveis delações do doleiro Alberto Yousseff, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do sócio do doleiro, Antonio Carlos Pieruccini. Em sua delação, essa pessoa disse que transportou a suposta propina para minha campanha, em dinheiro, de São Paulo para Curitiba, em quatro viagens. Ele afirmou ainda que entregou a quantia para o empresário Ernesto Kugler, que sempre negou o fato.

Se Pieruccini esteve realmente quatro vezes com o empresário, por que a Polícia Federal não obteve provas físicas desses encontros? A bem da verdade, a denúncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se espera de uma acusação penal.

São inúmeras as contradições nos depoimentos dos delatores que embasam a denúncia, as quais tiram toda a credibilidade das supostas delações. Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que seis versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles não existiram. Tenho certeza que a verdade prevalecerá.

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