A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 30 (trinta) dias para a Polícia Federal tomar o depoimento do senador Ciro Nogueira, atualmente licenciado para exercer a chefia da Casa Civil da Presidência da República, no inquérito que investiga se o parlamentar teria recebido propina da JBS, para levar o Progressistas a apoiar a reeleição de Dilma Rousseff à Presidência no ano de 2014. O despacho foi dado nessa quinta-feira (09).
O inquérito apura o suposto crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro atribuídos ao senador licenciado Ciro Nogueira, ao ex-ministro Edinho Silva; e aos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.
Em 2014, segundo delação de Joesley e Saud, o Partido Progressista recebeu valores para integrar a coligação do PT nas eleições. O dinheiro teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais, além de R$ 2,5 milhões em dinheiro, por meio do empresário Reginaldo Carvalho, dono da rede de supermercado R Carvalho. O valor total repassado teria sido R$ 43 milhões e quem aprovava os pedidos era o então ministro Edinho Silva.
O depoimento de Ciro Nogueira foi solicitado pela autoridade policial com a manifestação favorável da Procuradoria- Geral da República que apontou ser “necessária à realização da oitiva do Senador Ciro Nogueira”, para o fim de “confirmar as declarações prestadas pelos colaboradores”.
“No caso, a diligência requerida mostra-se pertinente ao objeto da investigação, proporcional sob o ângulo da adequação, razoável sob a perspectiva dos bens jurídicos envolvidos e útil quanto à possível descoberta de novos elementos que permitam a conclusão das apurações”, diz o despacho da ministra.
Em relatório, o delegado responsável pelo caso afirmou que encontrou provas que reforçam a suspeita apontada durante as investigações da Polícia Federal.
No relatório parcial da PF, o delegado afirma que “é possível vislumbrar que os depoimentos dos colaboradores Joesley Batista e Ricardo Saud restaram corroborados por provas autônomas”.
Ciro Nogueira nega as acusações
Em depoimento à Polícia Federal na época, Ciro Nogueira disse que, em 2014, realmente procurou Joesley e Saud para conseguir recursos para o partido. Segundo ele, Ricardo Saud, executivo da JBS, perguntou se seria possível o Progressistas apoiar o tucano Aécio Neves contra Dilma e o parlamentar disse que não.
Saud disse em depoimento que a proposta para apoiar Aécio foi apenas uma sondagem e que não sabia que Joesley Batista tinha um acerto com o PT naquele momento, porém confirmou que houve um acordo, mediante pagamento de propina, para apoiar Dilma Rousseff.
Outro lado
Procurado na tarde desta sexta-feira (10), o ministro Ciro Nogueira não respondeu o GP1 para comentar a reportagem.
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