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Colunista Feitosa Costa
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Renúncia de Walmir Café foi corajosa mesmo que tenha sido para se dedicar ao lazer


Noticiada em vários outros estados brasileiros (houve ampla repercussão em São Luís, no Maranhão), a espetacular renúncia do prefeito de Pedro II, Walmir Café, na última quarta-feira, dia 20, provoca até hoje as mais inesperadas especulações em torno dos verdadeiros motivos que teriam levado esse campeão de eleições a ato tão grave.

Completamente indiferentes à explicação oficial de Walmir (problemas de saúde) as especulações, sobretudo as mais cruéis, vão desde a falta de motivação para continuar no cargo por inexistência de perspectivas de melhoras financeiras, até a saudade de uma vida social mais prazerosa e sem atropelos.

Imagem: ReproduçãoPrefeito de Pedro II Walmir Café(Imagem:Reprodução)Walmir Café

Num luxuoso gabinete de Teresina, hoje ocupado por um jovem e promissor político do mesmo partido de Café, um sisudo assessor originário das cercanias de Pedro II, confidenciou para o chefe que os mais próximos do já ex-prefeito não escondem que ele estava sentindo falta da sua tranquilidade para jogar "o seu baralhinho e tomar a sua bebida predileta".

Um dos circunstantes interveio com o seguinte comentário: "mas ele poderia muito bem conciliar as duas coisas: ser prefeito e praticar o seu divertimento predileto". Um outro assentiu, mas teve um terceiro que explicou: "acontece que na hora em que ele estava relaxado jogando o seu carteado e tomando a sua bebida, aparecia sempre alguém para incomodar, pedindo que resolvesse os problemas".

Coração dos outros "é área que ninguém anda", diriam aqueles mais precavidos para justificar decisões inesperadas das pessoas. A nova prefeita de Pedro II acredita, porém, que o gesto de Café foi uma grande demonstração de amor ao município. Na sua opinião, ele renunciou mesmo por motivos de saúde, precisa de tempo para se tratar da pressão alta, doença que incomoda grande parte da população brasileira nos dias de hoje.

Por falta de tempo para se dedicar aos grandes prazeres de sua vida, como um inofensivo jogo de baralho entremeado por generosas doses da bebida predileta, ou porque precisa de tempo para tratar da pressão alta, a verdade é que, ao renunciar com menos de três meses de mandato, Valmir café, praticou um ato de coragem.

Pouco conheço da vida do ex-prefeito de Pedro II e por isto não posso pender para qualquer das explicações que fervilham para justificar a sua renúncia. O que observei foi que a sua atitude não é compatível com os aproveitadores e carreiristas. Mesmo que fosse um apaixonado pelo lazer, que estivesse incomodado com os inúmeros problemas do município, ainda assim, ao renunciar, estaria mostrando coragem.

Na hipótese de ser verdadeiro que precisa de tempo para se tratar de um problema sério de saúde, mostrou desprendimento e desapego ao poder ao reconhecer que a missão de governar uma cidade requer dedicação exclusiva.

Vamos esperar o choque das ondas para analisar a espuma.

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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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