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Médico do Fortaleza diz que jogadores têm mais de 1.200 lesões após ataque

Em entrevista ao Fantástico, o Diretor do Departamento de Performance do clube detalhou os ferimentos.

O Diretor do Departamento de Performance do Fortaleza, Cláudio Maurício, revelou que o atentado contra o ônibus do clube deixou mais de 1.200 lesões físicas nos jogadores. Na madrugada da última quinta-feira, a delegação do Leão do Pici foi atacada com pedras e bombas caseiras por torcedores do Sport, após um empate de 1 a 1 na Copa do Nordeste.

Em entrevista ao Fantástico, o médico declarou que seis atletas sofreram variadas lesões. “Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só. Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas”, disse.

Em seguida, Cláudio pontuou que os ataques não foram fatais por questão de detalhe. “Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por segundos ou pela mão de Deus. Porque muitas das lesões poderiam ser fatais por centímetros”, afirmou.

Além disso, o diretor detalhou as lesões causadas por traumas psicológicos, que podem causar alterações nos hormônios dos atletas. “Isso é difícil de mensurar, mas os estudos já mostram que o estresse pós-traumático tem efeitos, tem causas somáticas real. Não é apenas a forma que você reage, aquilo tem alterações hormonais de alguns segmentos cerebrais que levam à mudança na sua rotina mesmo”, exemplificou.

Foto: Mateus Lotif/FECEscobar foi o que sofreu o caso mais sério entre os jogadores
Escobar foi o que sofreu o caso mais sério entre os jogadores

Caso mais grave

Entre os seis atletas, o que sofreu a situação mais crítica foi o lateral Escobar, que levou 13 pontos e precisará de extrema atenção para retornar aos treinos. Ele foi diagnosticado com traumatismo cranioencefálico, assim como múltiplas lesões.

“No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado. Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados”, declarou o médico. Além disso, ele ressaltou a ajuda psicológica que o Fortaleza ofereceu aos jogadores.

“A gente fez uma brigada, uma força-tarefa para conseguir dar esse suporte psicológico para eles. Nem todos os atletas têm família aqui, alguns tem, alguns uma parte apenas. A gente tem tentado ir à casa deles para dar esse suporte, mas também trazê-los para o clube, até porque o convívio com os colegas ajuda. Às vezes vai ficar isolado, você fica revivendo aqui, na sua mente, não dorme bem, acorda mal. Estamos oferecendo suporte psiquiátrico, com medicação para quem a gente acha que tem indicação nesse momento. E assim vamos tentar aos poucos reintegrá-los, mas respeitando a dor de cada um”, concluiu.

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