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Teresina - Piauí

Kedma Larissa: do Mafrense para o futebol europeu do FC Krybas Women

Nascida no Mafrense, Kedma Larissa completa um mês em atuação pelo FC Krybas Women, na Ucrânia.

Foto: Reprodução: Arquivo PessoalJogadora piauiense Kedma Larissa
Jogadora piauiense Kedma Larissa

O futebol piauiense feminino, nos últimos anos, vem se mostrando um ótimo exportador de talentos, chegando a ter nomes em times fora do Brasil, como é o caso de Kedma Larissa, de somente 20 anos. Atualmente, ela mora na cidade de Kryvyi Rih, no Sudeste da Ucrânia e joga pelo FC Krybas Women. Em entrevista ao GP1, nesta quinta-feira (02), a atleta detalhou sobre sua nova experiência e seu percurso até chegar o continente europeu.

O começo no futebol, para ela, foi bem parecido com o de outras garotas, com os primeiros jogos na rua de casa, com os meninos, nas quadras do bairro Mafrense, zona norte de Teresina. O primeiro time foi aos 14 anos e sua primeira vez ganhando um campeonato foi em 2015. O fuso horário entre Brasil e a Ucrânia, país em que a jogadora está, tem uma diferença de 6h, enquanto aqui é manhã, lá já é tarde. Mesmo hoje sendo seu aniversário de 20 anos, Kedma foi treinar mais cedo.

Foto: Arquivo pessoalKedma Larissa em atuação na Sociedade Esportiva Tiradentes
Kedma Larissa em atuação na Sociedade Esportiva Tiradentes

“Fui despertando o interesse em jogar, porém, só vim jogar mesmo um campeonato em 2015 em uma competição da escola. Minha mãe não aceitava muito que eu jogasse, até porque acho que toda mãe prefere que a filha estude para ser uma médica, uma advogada, mas eu quis mesmo jogar”, contou.

Início da caminhada

Logo nas primeiras participações, havia olhos atentos aos jogos de Kedma, que iniciou nas quadras. Logo em seguida, o convite especial: atuar pelo Flamengo do Piauí na Copa Batom (Campeonato amador de futebol feminino organizado em Teresina). Após o primeiro contato com os campos, surgiu a oportunidade de realizar um teste no Tirandentes – PI. Foram 5 anos em atuação pelas Tigresas e outras equipes.

Foto: Arquivo pessoalKedma em atuação pelo FC Krybas Women da Ucrânia
Kedma em atuação pelo FC Krybas Women da Ucrânia

“Passei 5 anos no Tiradentes de 2015 a 2019. No início de 2020 fui para o Iranduba de Manaus para jogar a série A1. Com o começo da pandemia tivemos que voltar para casa então só passei 3 meses lá e no mesmo ano de 2020, em setembro, fui para o Fortaleza para disputar o brasileiro A2. Depois [...] voltei para o Tiradentes joguei essa última temporada por lá, o brasileiro A2 e depois que terminou vim pra Ucrânia”, completou Kedma.

Ida para a Europa

A ida para a Ucrânia surgiu através da indicação de uma amiga, que estava de saída para o mesmo clube e, com disponibilidade de vagas na equipe, mostrou um vídeo de Kedma em atuação. O interesse pela jogadora surgiu e a proposta foi feita. Na sexta-feira (03), Kedma completa seu primeiro mês em Kryvyi Rih. Ela conta que, apesar de ser tudo muito novo e diferente, a ida foi um convite imperdível.

“Olha, é tudo muito novo, tudo muito diferente, uma cultura totalmente diferente do Brasil. Mas é uma oportunidade que Deus me concedeu que eu espero aproveitar da melhor maneira possível, tanto na minha vida profissional quanto na pessoal, espero que seja uma experiência que me acrescente bastante”, destacou.

Foto: Arquivo pessoalKedma em atuação pelo Esporte Clube Iranduba da Amazônia
Kedma em atuação pelo Esporte Clube Iranduba da Amazônia

A adaptação ao estilo de jogo é fundamental e quanto mais rápido a atleta se adequa àquela forma, mais rápido para se entrosar com o conjunto do elenco. Sair do estilo predominante no Brasil, organizado em um esquema 4-4-2, Kedma tem visto uma nova forma de jogar a partir do estilo 3-5-2 da treinadora. “Demorei um pouco para me adaptar a forma de jogar, mas agora está tudo tranquilo”.

Contato com a família

No verão ucraniano de 30° em média, bem diferente aos 39° diários no BR-Ó-BRÓ teresinense, Kedma tem se adaptado às colegas de equipe. O primeiro degrau é compreender o idioma russo, falado pela maioria da população da Ucrânia, que faz fronteira com a Rússia. Com a ajuda de outras atletas brasileiras que atuam no FC Krybas Women o entendimento fica mais fácil.

“Esse é o mais difícil, aqui elas usam mais o russo então já aprendi algumas coisas, as mais básicas. Quando eu consigo entender alguma coisa é bem engraçado. Tem umas brasileiras aqui, então fica mais fácil. Também me viro no inglês e daí vai desenrolando”, contou.

Quando bate a saudade da família, o jeito é recorrer ao celular. Filha única, Kedma Larissa vê nas ligações rotineiras a forma de diminuir um pouco a distância com os pais.

“Eu sou filha única, então eu sinto toda hora falta dos meus pais e eles de mim, então conversamos por mensagem a toda hora, mais eu com minha mãe. Também ligo bastante para ela durante o dia para matar um pouco da saudade, principalmente em chamadas de vídeo”.

Incentivo as demais atletas

Às atletas que sonham em atuar profissionalmente, Kedma enfatiza que o importante é não desistir de seus objetivos. “Que elas nunca desistam dos sonhos, que vão ter as dificuldades sim, que vão ter as lutas. Não é fácil o caminho de uma atleta, mas que elas coloquem sempre Deus à frente, que jamais deixem alguém dizer que você não é capaz, porque somos sim! Somos do tamanho dos nossos sonhos”, enfatizou.

O time de Kedma volta a campo já no dia 5 de setembro, pela liga feminina de futebol da Ucrânia, quando irá encarar o Ladomir, às 9h, no horário ucraniano.

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