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Picos - Piauí

A parceria pelo futebol feminino de Quitéria e Eurikelly

Uma parceria que cresceu vendo o futebol de dentro dos vestiários, com as mulheres do Vale dos Guaribas.

Eurikelly Delmondes está em Juazeiro da Bahia para cursar Engenharia da Computação. Atrás de seu sonho, porém, há sempre tempo para estar ao lado da mãe em seus projetos. Quitéria, ora em Simões, ora em Picos, se divide entre os projetos sociais, a loja de móveis da família e as Abelhas Rainhas, uma das principais equipes de futebol feminino do estado. Agora em particular, ela divide as atenções com a escolinha de futebol para crianças entre 11 e 17 anos, os Filhos das Abelhas Rainhas.

Neste revezamento de um lado para o outro no Vale do Guaribas, Quitéria relembrou os momentos que seus filhos estiveram juntos desde que o gramado era o terreno principal. Campeã no futebol piauiense, a agora dirigente, coloca o apoio de sua família como uma pedra angular. “Meus filhos é quem mais me incentivam a continuar, porque tem hora que cansa, mas eu continuo porque amo demais e tenho uma família que acolhe minhas ideias e meus planos”, contou ela ao GP1 Esporte.

Foto: Divulgação/Arquivo pessoalNo dia das mães de 2022, ambas organizaram uma ação
No dia das mães de 2022, ambas organizaram uma ação

“Como é fácil falar do apoio dos meus filhos. Eu tenho dois, um menino e uma menina e ela é quem mais me ajuda com o futebol feminino. Eles estiveram juntos comigo desde pequeno, quando eu fui campeã em 2013/2014, eles estavam comigo, passaram o dia no vestiário, sofreram comigo. Então eu acho que essa paixão deles em me apoiar é algo que vem desde pequeno. Tanto eles dois e o pai deles sempre me incentivaram, por isso que eu sempre consegui dar conta da casa, do trabalho e de ser mãe”, revelou Quitéria.

Quitéria e Eurikelly são a dupla dinâmica da família. A conexão entre mãe e filha tem a aura que só uma ligação umbilical poderia propiciar. “A parceria com a minha mãe, eu vejo como uma forma de reforçar o nosso laço de respeito e união uma pela outra”. Disse Eurikelly, ao contar sua perspectiva sobre o início da caminhada.

“Tudo começou como um sonho dela que se expandiu e agora é sonho conjunto de toda família, que é de ganhar cada vez mais espaço, dar voz a outras meninas. Então é muito gratificante que hoje, algo tão importante para ela, tenha sido postas sob minha responsabilidade”, revelou Eurikelly.

Foto: Divulgação/arquivo pessoalDentro e fora das quatro linhas, Eurikelly e Quitéria trabalham juntas. Aqui, uma oficina de reciclagem em Simões
Dentro e fora das quatro linhas, Eurikelly e Quitéria trabalham juntas. Aqui, uma oficina de reciclagem em Simões

As palavras são reforçadas e resumidas através do amor e admiração que perpassa a história escrita dentro e fora das quatro linhas. Mesmo que ajuda hoje, esteja mais voltada para o que for possível ser feito à distância, dada à diferença geográfica em que ambas se encontram, há organização para os momentos de estar próximos.

“Minha filha ama tudo o que eu faço. Ela diz que tem admiração, porém, eu que sou admiradora dos filhos que tenho, porque eles nunca me deram trabalho. Então, minha filha se tornou membro da equipe justamente a toda essa ajuda. No marketing do time, o Instagram cresceu muito, graças às divulgações que ela faz. Ela cria as propagandas dos jogos, dos amistosos, as divulgações do clube, atletas, materiais, rifas, é tudo com ela, então é prazeroso estar com ela”, nos contou Quitéria.

Foto: Divulgação/Arquivo pessoalEurikelly e Quiteria trabalhando juntas
Eurikelly e Quiteria trabalhando juntas

A garota que cresceu ‘na barra da saia da mãe’, Eurikelly foi de um canto a outro junto de Quitéria sempre em busca de mais espaço para o futebol feminino. Crescer sob essas circunstâncias, de movimento constante e ação não passaria despercebido e os reflexos se manifestaram de uma maneira natural. “Eu cresci com o maior exemplo de mulher que eu posso ter”, afirmou Eurekelly. “A história que minha mãe me mostrou na prática, eu não vi nos livros de história. A gente conhece muitas histórias de mulheres fantásticas, mas quando essa mulher fantástica é sua própria mãe, então não tem o que buscar fora de casa. A gente cresce vendo o esforço que ela tem para ir atrás dos sonhos dela e isso acaba influenciando demais a gente. Se eu quero que algo mude, eu corro atrás. Foi isso que ela nos ensinou, a não esperar pelos outros se você quer algo você é capaz de fazê-lo”.

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