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Dono do Frango Potiguar e advogados são indiciados por duplo homicídio qualificado

O GP1 teve acesso, com exclusividade, ao relatório do inquérito que foi encaminhado ao Poder Judiciário.

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) encaminhou à Justiça, nesta sexta-feira (04), o relatório do inquérito policial que investigou o assassinato dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, e Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, em novembro do ano passado. Ao final, o delegado Luiz Guilherme indiciou o empresário João Paulo de Carvalho Rodrigues e os advogados Francisco das Chagas Sousa e Guilherme de Carvalho, tio e primo de João Paulo por homicídio triplamente qualificado.

O GP1 teve acesso, com exclusividade, ao relatório. João Paulo, que é dono do Frango Potiguar, foi indiciado por cinco crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); ocultação de cadáver; cárcere privado; tortura; e porte ilegal de arma de fogo.

Foto: GP1João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa
João Paulo de Carvalho, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas Sousa

Guilherme de Carvalho foi indiciado por quatro crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); ocultação de cadáver; cárcere privado; e tortura.

Já Francisco das Chagas foi indiciado por três crimes: homicídio qualificado por motivação fútil, meio cruel e com impossibilidade de defesa das vítimas (homicídio triplamente qualificado); cárcere privado; e tortura.

Denúncia do Ministério Público

O delegado tinha 10 dias para concluir o inquérito com os acusados preso, no entanto, solicitou dilação de prazo à Justiça. A investigação já estava praticamente concluída, contudo, como o delegado ainda não havia recebido dados referentes à quebra de sigilo telefônico e exame de DNA, foi pedida a prorrogação, que teve autorização da Justiça.

O Ministério Público, ao ter acesso ao pedido de dilação de prazo, entendeu que já havia provas suficientes e denunciou, no dia 21 de fevereiro, o empresário João Paulo e os advogados Francisco das Chagas e Guilherme de Carvalho, que foram presos preventivamente no dia 8 de fevereiro e estão no sistema prisional à disposição da Justiça.

“Nesse cenário, embora este Órgão Ministerial tenha se manifestado pela devolução dos autos à autoridade policial, a fim de aguardar o resultado de perícias pendentes, após sopesar o fato de os acusados encontrarem-se custodiados preventivamente e o todo angariado pela investigação, entendeu igualmente ser viável a formação de seu juízo de valor acusatório, para oferecer, como ora o faz, a presente denúncia, garantindo, de maneira precavida, o cumprimento dos prazos processuais penais”, consta na denúncia formulada pelo promotor Régis Marinho.

Quebra de sigilo telefônico e exames de DNA

No relatório entregue nessa sexta, o delegado Luiz Guilherme ressaltou que os resultados da quebra de sigilo telefônico e dos dados telefônicos dos acusados ainda não foram juntados aos autos, devido ao volume de dados e informações, que dependem de avaliação criteriosa, pois serão “convertidas em informações relevantes”.

Também não constam no relatório resultado de exame de DNA realizado para analisar o material genético encontrado no veículo de João Paulo.

Entenda o caso

Luian Oliveira e Anael Colins desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro 2021. Os pais dos garotos chegaram a procurar o GP1 pedindo ajuda para localizá-los, no entanto, no dia 15 de novembro os dois foram encontrados mortos, em um matagal próximo à rodovia PI 112, no Povoado Anajás, zona rural leste de Teresina.

Os rapazes eram amigos, moravam no Planalto Uruguai, zona leste da capital, e costumavam sair juntos. No último dia em que foram vistos, eles saíram em uma motocicleta para um bar, depois seguiram para um depósito de bebidas, na Avenida Dom Severino, e teriam ido a um sítio, onde estava acontecendo uma festa.

No decorrer das investigações, a Polícia Civil chegou nos nomes de João Paulo, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas. Nos depoimentos, após algumas contradições, finalmente João Paulo admitiu que Guilherme atirou os dois garotos com uma arma de sua propriedade.

Jovens queriam entrar em festa quando foram mortos

Foto: Reprodução/WhatsAppLuian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva
Luian Ribeiro de Oliveira e Anael Natan Colins Souza da Silva

O delegado Barêtta, diretor do DHPP, afirmou no dia 08 de fevereiro, em entrevista ao GP1, que os adolescentes só queriam entrar em uma festa que estava sendo realizada em um sítio ao lado da propriedade de Francisco das Chagas. Por isso, os rapazes entraram no local, onde foram capturados e logo em seguida torturados e executados.

“Eles chegaram na festa e não tinham o dinheiro completo para pagar a entrada dos dois. Então, eles olharam e viram que a propriedade ao lado do evento, onde o fato aconteceu, tinha uma parte do muro baixo, então, eles estraram lá para acessar a festa pulando pelo muro, quando os cachorros que estavam na propriedade começaram a latir e a presença deles foi percebida. Nesse momento eles foram capturados e torturados”, contou o delegado à época.

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